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Empresário e lideranças criticam reação do mercado à fala de Lula

Um dos homens mais ricos do Brasil, Abílio Diniz afirma não haver razão para pânico. Lideranças políticas também reforçam confiança no presidente eleito
Empresário e lideranças criticam reação do mercado à fala de Lula

Fotos da arte: Divulgação/Evaristo Sá/Alessandro Dantas

A reação do mercado financeiro à fala de Lula sobre o combate à pobreza foi criticada até mesmo por empresários. Entre eles, um dos maiores empreendedores do Brasil: Abílio Diniz. Assim como ele, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e outras lideranças políticas reforçaram o coro de confiança no presidente sobre a responsabilidade com as contas públicas.

Em entrevista à CNN, Abílio afirmou que não há razão para “ter pânico neste momento”, lembrando que Lula teve oito anos de bons governos. Ainda ponderou que o petista sabe das dificuldades enfrentadas pelo país e nunca ter escondido sua prioridade “para o social”, voltado principalmente aos mais pobres.

Na mesma linha, o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), lembrou que o próximo presidente sempre pautou os seus governos pela responsabilidade.

“Lula disse várias vezes ter como meta um terceiro mandato ainda melhor que os dois primeiros. E lembremos: a responsabilidade sempre foi um dos pilares das gestões do presidente eleito. O mercado não precisa se preocupar. Agora, o Brasil voltará a ter um governo sério”, disse o senador petista.

Dívida menor no governo Lula

Na quinta-feira (10), outras lideranças destacaram o compromisso do próximo governo com a boa gestão dos gastos públicos. Geraldo Alckmin, por exemplo, lembrou os feitos entre os anos de 2003 a 2010.

“Lula já foi presidente da República e assumiu o governo com uma dívida de praticamente 60% do PIB, e quando transferiu o governo era menos de 40% do PIB. Baixou de 60% para 40% a dívida sobre PIB, e teve resultado primário, superávit primário, todos os anos. Se há alguém que teve responsabilidade fiscal, foi o governo Lula.”

Alckmin reforçou que responsabilidade fiscal não é incompatível com a questão social. “O que precisa é a economia crescer, esse é o fator relevante. E aí é importante investimento, você ter investimento público e privado, recuperar planejamento no Brasil e bons projetos”, afirmou.

Sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) de Transição, que vem sendo negociada junto ao Congresso para garantir o Bolsa Família em R$ 600, o vice eleito lembrou que o Orçamento para 2023 não foi feito por Lula.

“Tem um problema: o Bolsa Família, não está previsto. Eu acho que não há ninguém que seja contra você enfrentar a questão da fome, pobreza gigantesca como nós temos hoje no Brasil. Na verdade, é um Orçamento que já estava no Congresso e que todo mundo sabe que não é factível minimamente para poder cumprir as tarefas de Estado na saúde, na educação e na continuidade inclusive das obras”, disse Alckmin.

Credibilidade

Outra que saiu em defesa foi a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). No Twitter, ela afirmou: “Estão dizendo que o mercado reagiu mal ao discurso de Lula porque enfatizou investimentos na área social em detrimento do equilíbrio fiscal”, escreveu. “Não foi o que ele disse. Mas onde estavam quando Bolsonaro fez a gastança pré-campanha eleitoral? Comparem a gestão Lula com o desastre de Bolsonaro”.

A credibilidade do presidente eleito foi reforçada pelo líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes. “Acham normal deixar uma criança com fome? Acham normal deixar um gestor de escola com R$ 0,36 para fazer alimentação escolar? Se o mercado achar que isso é prioridade. O mercado acha normal não pagar conta de água e de energia das universidades, não ter dinheiro para ciência e tecnologia, não ter pesquisa?”, questionou.

O texto da PEC da Transição tem perspectiva de ser apresentado na próxima semana.

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