Encontro de cúpula do Mercosul prioriza atenção aos cidadãos do bloco

Embaixador Antônio Simões: Mercosul das disputas comerciais sempre vai existir, mas o Mercosul das pessoas é definitivoA presidenta Dilma Rousseff está na Argentina nesta quarta-feira (17) para participar da 47ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, que ocorre desde terça-feira na cidade de Paraná, da província de Entre Ríos, no norte da Argentina. A chefe de Estado brasileiro vai assumir a presidência temporária do bloco para os próximos seis meses, substituindo a presidenta argentina, Cristina Kirchner, em um momento de renovação política em vários países. Por essa razão, um dos pontos altos a reafirmação do compromisso com a integração entre as pessoas que vivem nos cinco países membros do bloco (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela).

Mesmo com os avanços da integração regional dos últimos anos, ainda falta muito para que, por exemplo, um brasileiro que estudou na Argentina consiga validar facilmente seu diploma no Brasil, ou possa exercer a profissão em todo o Mercosul. E na busca de solucionar este tipo de situação será apresentada, durante a reunião de cúpula, a Cartilha do Mercosul, documento com procedimentos que cidadãos da região devem adotar para realizar ações do dia a dia, como viajar, residir, estudar e trabalhar em um países do bloco, além de aspectos relacionados à saúde e à seguridade social dos cidadãos do Mercosul.

A cartilha ressalta a forte conotação social e cidadã do bloco, na avaliação do subsecretário-geral para a América do Sul, Central e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Antônio Simões. “Estamos trabalhando para a criação de uma unidade ou de um pensamento do Mercosul que muitas vezes não é discutido por nós, que é o Mercosul das pessoas. Esse é o que vai ficar. O Mercosul das disputas comerciais sempre vai existir, agora, esse Mercosul das pessoas é que o definitivo”, afirmou Simões, em entrevista exclusiva ao Blog do Planalto.

Economia

Em momento de aguda crise financeira internacional, os países do bloco registraram quedas de até 20% no comércio. Diante das dificuldades financeiras, os membros do Mercosul tendem a reforçar a necessidade do fortalecimento da integração comercial e econômica. “Alguns mercados de ‘commodities’ estão diminuindo. Há certas dificuldades que precisam ser superadas e há muitas coisas que podem ser feitas em conjunto para superar este cenário”, observou o embaixador Antônio Simões.

Os chefes de Estado devem firmar um acordo que prevê relações comerciais futuras com a União Euroasiática, bloco econômico que integrará Rússia, Cazaquistão, Bielarus e Armênia. Também serão assinados acordos de preferências tarifárias com o Líbano e com a Tunísia.

Outra medida prevista é a aprovação de um programa de integração produtiva para o setor de brinquedos, o que deve reduzir a importação atual de produtos da China. O bloco também prevê a criação de programas de integração produtiva semelhantes para os setores têxtil, de softwares, calçados e cosméticos.

Novo integrante

A incorporação da Bolívia como sexto país membro do Mercosul será levantada. O presidente boliviano Evo Morales participará da cúpula, mas deverá enfrentar a resistência do Paraguai em aceitar a formalização do país com membro do bloco.

Os governos dos outros países do Mercosul aprovaram a entrada da Bolívia quando o Paraguai estava suspenso do bloco – por causa do golpe parlamentar contra o ex-presidente Fernando Lugo. Agora, o Paraguai quer renegociar os termos de adesão e as delegações diplomáticas estão buscando uma fórmula de consenso.

Se todos os governos estiverem de acordo, vai faltar ainda a ratificação parlamentar. Os congressos da Argentina, do Uruguai e da Venezuela já votaram a favor.  O Congresso brasileiro ainda não examinou a questão, mas o principal será conseguir o apoio do Paraguai.

Com informações do Blog do Planalto e agências de notícias

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