Paulo Rocha

Escolha de ministros mostra competência de Lula

Líder do PT no Senado explicou que escolhas feitas por Lula vão contemplar todos os partidos que apoiaram a candidatura vitoriosa. “Compor um governo com essa pluralidade é um exercício que requer destreza”
Escolha de ministros mostra competência de Lula

Foto: Alessandro Dantas

O senador Paulo Rocha (PA), líder da bancada do PT, elogiou os primeiros nomes divulgados pelo presidente eleito Lula, e anunciados na última sexta (9), para compor o próximo governo. Em entrevista à CNN Brasil, Rocha disse que o futuro ministro da Fazenda, Paulo Rocha, Haddad é um político comprometido com o Brasil e já demonstrou isso nas experiências que teve como gestor público.

“Ele já demonstrou isso à frente do Ministério da Educação, na Prefeitura [de São Paulo]. É um quadro preparado, político responsável e, também, é da área econômica. Então é um político preparado”, disse.

O nome de Rui Costa, escolhido para a chefia da Casa Civil, também foi apontado como um acerto de Lula, na avaliação de Paulo Rocha. “O ex-governador da Bahia também demonstrou [competência] durante seu mandato. Então o papel designado a ele deve ser tirado de letra, já que a Casa Civil é uma espécie de gerenciamento da equipe de governo”.

Para o Ministério da Justiça, o escolhido foi o senador eleito Flávio Dino, que além de ter sido deputado e governador, “é juiz de carreira”. “Portanto, acaba sendo um quadro preparado para essa área”.

Classificado como “surpresa” pelo líder, o nome de José Múcio Monteiro, escolhido para o Ministério da Defesa, tem todas as credenciais para fazer uma boa gestão na área, segundo Paulo Rocha.

“Já foi nosso aliado na Câmara, trabalhamos juntos. Depois foi para o TCU. Mas é um quadro preparado. E a escolha para algumas áreas requer muita exigência. Naturalmente, o presidente Lula dialogou com o Múcio e temos uma ótima expectativa para o setor”, disse.

Para os próximos nomes, Paulo Rocha disse que o presidente eleito manterá a preocupação em representar a pluralidade dos dez partidos membros da coligação vencedora e, também, dos dois partidos que se somaram à campanha no segundo turno.

“O método de fazer política do atual governo levou o país para uma crise social e política, inclusive, com ameaças à democracia. Felizmente ganhamos as eleições, e nosso primeiro objetivo é reconstruir o país, a confiança na política, a confiança da sociedade na economia e no desenvolvimento. Compor um governo com essa pluralidade é um exercício que requer destreza e combinar a experiência política do Lula com cada cidadão que seja indicado e possa dar eficiência a um governo que vai iniciar com dificuldades a enfrentar, como a aprovação da PEC do Bolsa Família, como pudemos ver”, explicou.

Bolsa Família garantido e novo âncora fiscal
Em entrevista concedida à Globonews, também nessa sexta, o senador Paulo Rocha falou sobre a expectativa de apresentação de uma proposta de âncora fiscal para o primeiro semestre do próximo ano. A ideia é fazer com que os recursos necessários para a manutenção dos pagamentos do Bolsa Família e para os investimentos públicos não dependam da aprovação de uma nova alteração constitucional.

“Esse é um debate antigo no Congresso. Nós temos quadros preparados no país e, além do nosso partido, temos um conjunto de partidos aliançados conosco com experiência e que conhecem a realidade do Brasil. Portanto, nossa responsabilidade é agregar essas posições políticas e apresentar uma proposta de ancora fiscal que crie condições de crescimento do Brasil e recuperação das políticas públicas que já tínhamos feito”, explicou Paulo Rocha.

Investimento público é necessário para salvar o Brasil
Em entrevista concedida à revista IstoÉ desta semana, Paulo Rocha fala do futuro governo Lula, Bolsa Família e o legado de maldades deixado pelo atual presidente Bolsonaro.

O líder da bancada explica que a aprovação da PEC do Bolsa Família é necessária não para o governo Lula, mas para evitar a paralisação do Brasil no próximo ano, dado que o atual governo deixou as contas públicas em situação trágica.

“Teremos condições de manejar no Orçamento R$ 105 bilhões em diversas áreas, ajustando o salário-mínimo acima da inflação, fortalecendo o SUS, com o incremento da Farmácia Popular, e retomando programas para atender os mais pobres. A gente pensa em investir em políticas públicas que geram emprego e, consequentemente, resultam em impacto no crescimento econômico. É o caso do Minha Casa, Minha Vida. Ele não só reaquece a indústria da construção civil, como abre vagas de emprego e fomenta a economia local”, explicou.

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