A Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, reunida nesta segunda-feira (27), em São Paulo, divulgou a seguinte “Nota de conjuntura”, na qual analisa o atual momento político e econômico do Brasil – e estabelece as prioridades do partido para 2014.
Leia, a seguir, os principais pontos da nota:
Para os dirigentes do partido, constitui “obetivo inarredável” para 2014 a reeleição da presidenta Dilma Rousseff “para consolidar e fazer avançar o projeto de transformações econômicas, sociais, políticas e culturais, inaugurado com a vitória do presidente Lula em 2002”.
Dessa forma, afirmam os dirigentes na análise de conjuntura, o partido estará dando resposta à disposição da militância de cada canto do País para “criar condições, na sociedade, nos governos estaduais e nos parlamentos de modo a que a companheira Dilma possa realizar um segundo governo com novas e maiores conquistas para o povo brasileiro”.
O caminho para se chegar à vitória nas urnas, recomenda a Comissão Executiva, “é necessário, agora e durante a campanha” o estreitamento dos vínculos com o movimento sindical e popular, a ampliação das alianças e o fortalecimento das relações com os partidos da base de sustentação ao governo, a intensificação do diálogo e a apresentação de um programa que seja capaz de corresponder às aspirações, reivindicações, sonhos e expectativas de mudanças da população.
Todas essas transformações exigirão empenho para a geração de uma maioria parlamentar no Congresso que dê sustentação ao governo, da mesma forma em que se deverá trabalhar junto à população para “a eleição de novos governadores comprometidos com nosso projeto e, principalmente, a construção de uma ampla base de apoio na sociedade”.
Essas são as condições, acrescenta a nota, “para promover reformas estruturais necessárias, como é o caso da reforma política, da democratização dos meios de comunicação, das reformas urbana e agrária, da reforma tributária – todas elas necessárias para aprofundar a democracia e reduzir a desigualdade social no País”.
A direção do partido alerta, porém, que será preciso muito trabalho de todos, para que se mantenha a perspectiva de vitória de Dilma Rousseff apontada nas mais recentes pesquisas de opinião. “Constitui grave equívoco imaginar que a eleição está ganha”, adverte a Executiva. “Trata-se, isto sim, de trabalhar para que a tendência se mantenha, sem soberba, sem arrogância e sem subestimar os adversários, numa eleição que se afigura renhida, contra forças conservadoras e poderosas”.
E não são poucos os obstáculos postos no caminho que o PT e o governo pretendem construir. “Nossos oponentes, amparados por grupos da classe dominante inconformados com as mudanças do Brasil e perdas relativas de privilégios, desencadearam contra o governo e o PT uma campanha inclemente”, denuncia a nota do Partido. “Investem no descrédito do País no exterior; tacham nosso governo de intervencionista; acenam com a volta da inflação (que está sob controle); preveem retração no mercado de trabalho (que continua a gerar novos empregos); apontam um descontrole fiscal inexistente; vaticinam tendências de recessão e chegam a torcer contra a realização da Copa do Mundo”.
“Mais uma vez, apostam no medo para vencer a esperança de milhões que ascenderam e melhoraram de vida sob nossos governos”.
A economia do País será tema de intenso debate, pois é neste campo, na verdade, que se trava desde já “uma batalha de interesses”.
“Aqueles que antes ganhavam com a especulação, com o arrocho salarial, com o desemprego, com a privatização do Estado, atacam o núcleo de nossa política, que visa a distribuir renda, gerar empregos, para promover justiça social e sustentar o crescimento do País. Nesse sentido, o PT orienta sua militância a participar ativamente das lutas sociais por reformas estruturais e ampliação dos direitos dos trabalhadores no próximo período, a exemplo do plebiscito popular pela Constituinte Exclusiva para a reforma política, da coleta de assinaturas para a Lei da Mídia Democrática, da redução da jornada de trabalho sem redução de salários, do fim do fator previdenciário e contra as terceirizações”.
“Não podemos aceitar que prossiga a tentativa, sem contestação clara, de que nossa concepção de política econômica é a continuidade da linha liberal do governo de FHC”, convoca a nota da Executiva. “Trata-se, ainda, de ampliar o diálogo partidário sobre a agenda política aberta pelas jornadas de junho/2013, as mudanças na formação social brasileira, as novas formas de participação da juventude e o enfrentamento à criminalização dos movimentos sociais”.