Senadores da bancada do PT apontaram o desmonte do Estado e o ataque aos servidores públicos patrocinados por Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, como os principais responsáveis pelo congelamento do programa Bolsa Família, tido como referência internacional durante os governos do PT.
“Paulo Guedes tem uma missão. A missão de estrangular, sucatear. Um Estado que seja nulo”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
Notícia veiculada nesta segunda-feira (10) pela Folha de S. Paulo aponta que desde o ano passado o governo Bolsonaro passou a controlar a entrada de beneficiários no programa Bolsa Família.
“Um milhão de pessoas aguardando para serem atendidas pelo Bolsa Família. O povo brasileiro precisar ter a dimensão do que isso representa. A insensibilidade desse governo e desse ministro estão fazendo com que um milhão de pessoas estejam esperando a hora de serem atendidos. Mas a fome, a carência, a necessidade não espera. Como podemos aceitar esse tipo de ação? “, criticou.
Em estatísticas, uma de cada três cidades mais pobres do Brasil sofreram com o congelamento do benefício. O levantamento da Folha de S. Paulo calculou as 200 cidades de menor renda per capita do País de acordo com dados do IBGE.
“O governo escolheu como inimigos os mais pobres. Quantas dessas pessoas vão ter que dormir com fome essa noite? Não estamos falando em números, estamos falando de pessoas, jovens, crianças, idosos. Bolsonaro tira dos pobres para dar aos ricos”, criticou o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE).
O programa atende famílias com filhos de 0 a 17 anos e que vivem em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até R$ 89 mensais, e pobreza, com renda entre R$ 89,01 e R$ 178 por mês. O benefício médio é de R$ 191.
“Vamos nos colocar contra esse desmonte que está sendo feito. Quem sofre na última instância são as pessoas pobres, humildes”, destacou Humberto.
Legado do PT
O Bolsa Família foi apontado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como modelo de políticas sociais bem-sucedidas, que se transformou no maior programa de transferência de renda do mundo. Desde 2004, mais de 5 milhões de brasileiros deixaram a linha de extrema pobreza. Em 2009, a taxa de pobreza caiu 8%.
Segundo a ONU, a queda da desigualdade no Brasil se deu em virtude do aumento real do salário mínimo de 80% entre 2003 e 2010, da formalização do mercado de trabalho e dos programas de transferência de renda dos governos petistas. O Brasil praticamente eliminou a pobreza.
Os beneficiários do principal programa social do país estão sendo gravemente prejudicados por Bolsonaro, inclusive nas regiões mais carentes do país. Uma a cada três cidades mais pobres do Brasil não teve novos auxílios liberados nos últimos cinco meses. pic.twitter.com/Wa0IBhKAsy
— Humberto Costa (@senadorhumberto) February 10, 2020
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O Brasil vai de encontro ao seu passado. Dificultando dinheiro para os pobres e facilitando para os ricos. Enquanto o Paulo Guedes se esforça pra pagar banqueiros, faz economia em cima do Bolsa Família, do seguro desemprego e da aposentaria de milhões de famílias. pic.twitter.com/8EaBUzJC0g
— Lula (@LulaOficial) February 10, 2020
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