resistindo ao retrocesso

Fome voltou por ação direta de Bolsonaro, que só ajudou os ricos

Desde o início do atual governo, a gestão da economia já indicava que o país poderia voltar ao Mapa da Fome
Fome voltou por ação direta de Bolsonaro, que só ajudou os ricos

Foto: Agência PT

O retorno do Brasil ao Mapa da Fome da ONU é o resultado mais nefasto da política econômica da dupla Bolsonaro e Guedes, mas não se pode dizer que tenha sido uma surpresa. A bancada do PT no Senado vem denunciando essa possibilidade desde o início do atual governo e conseguiu impedir que a situação ficasse ainda pior.

Já Bolsonaro trabalhou para beneficiar os mais ricos e deu as costas para os mais pobres, dando sequência ao que começou no período de Temer, logo após o golpe de 2016. Naquele momento, o país ainda celebrava a vitória de 2014, quando conseguiu deixar o Mapa da Fome após os governos Lula e Dilma. O governo golpista, no entanto, deu um cavalo de pau na redução da desigualdade com o “teto de gastos”, que impede o país de crescer por 20 anos, a reforma trabalhista, que agradou empresários e destruiu direitos dos trabalhadores, e a dolarização do preço dos combustíveis, que passou a pressionar a inflação.

O atual governo deu sequência a tudo isso e foi além: acabou com a política de valorização do salário mínimo, eliminou o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), cortou o orçamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e deixou de elaborar o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional para 2020-2023, uma exigência legal.

E com a pandemia de Covid-19, Bolsonaro cavou fundo o buraco em que enfiou o Brasil ao cortar ainda mais direitos trabalhistas e desdenhar do vírus que mataria quase 700 mil brasileiros. Em março de 2020, ele propôs apenas R$ 200 de auxílio para a população vulnerável.

Foi o PT no Senado e na Câmara, mais outros partidos de oposição, que conseguiram aprovar os R$ 600 por mês. Mas esse valor só durou até setembro, quando Bolsonaro o reduziu pela metade, até suspender totalmente o pagamento em janeiro de 2021, deixando 65 milhões de pessoas desamparadas. Enquanto isso, ele barrava a compra de vacinas, como o país viria a saber meses mais tarde com a CPI da Covid.

Bolsonaro só voltou a pagar o auxílio emergencial três meses depois — o que fez a fome explodir —, mas num valor mais baixo (média de R$ 375) e para menos pessoas: 44 milhões. Em novembro passado, o presidente acabou com o auxílio emergencial e extinguiu o Bolsa Família para criar o Auxílio Brasil de R$ 400 e para apenas 14,5 milhões de pessoas. Depois, incluiu mais beneficiários, mas deixou pelo menos 24 milhões de fora.

Não é à toa, portanto, que a fome atinja 33 milhões de pessoas e deixe outras 65 milhões em insegurança alimentar.

Apenas no mês passado, julho de 2022, em pleno período eleitoral, o governo resolveu aumentar o benefício para R$ 600, mas só até dezembro, porque sua única preocupação é a eleição.

Pior: com a inflação nas alturas, o que valia R$ 600 em 2020 hoje valem só R$ 411. Mesmo com o registro de deflação, que só é sentida pelos mais ricos, o Brasil continua tendo a quarta maior inflação entre as 20 maiores economias do mundo, sendo que o maior índice é justamente no setor de alimentos.

Uma das ações de destaque do PT no Senado para conter a inflação e, assim, evitar a perda de renda e conter o avanço da fome, foi o projeto que criava um sistema para estabilizar o preço dos combustíveis e impedir que a dolarização criminosa do governo continuasse a aumentar a inflação. Além disso, reduzia a absurda distribuição de lucros para acionistas da Petrobras, que nunca foi tão alta.

Aprovada pelo Senado em março passado, a proposta que também criava o vale-combustível para motoristas profissionais, foi barrada pelo governo na Câmara. Em vez disso, Bolsonaro se aproveitou do apoio que comprou com o bilionário orçamento secreto para aprovar um projeto que tirou recursos da educação, saúde e segurança dos estados e municípios a fim de segurar o preço da gasolina. No entanto, a redução deve durar apenas durante as eleições, já que o valor continua atrelado ao mercado externo e já está defasado.

Foi do PT também a iniciativa de criar o vale-gás, aprovado no Senado ainda em dezembro de 2021. Mas o governo Bolsonaro brigou para reduzir pela metade tanto o valor do benefício como o número de famílias atendidas. O projeto original foi retomado agora, às vésperas das eleições, também com prazo de validade para acabar.

Em resumo: para tentar enganar o eleitorado, Bolsonaro adotou as soluções apresentadas pelo PT para o país. Mas, como se vê, nem para copiar este governo serve.

Com Agência PT de Notícias

 

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