Em postagem em seu perfil de Facebook o senador Humberto Costa (PT-PE) denuncia que a “defesa de Flávio Bolsonaro paralisou as investigações contra Fabrício Queiroz, ex-assessor descoberto pelo Coaf realizando movimentação bancária milionária”. Humberto lembra que “até hoje, o Ministério Público não conseguiu ouvir nem o filho do Bolsonaro, nem o ex-assessor e sua família”, configurando uma situação de completo desrespeito às instituições judiciárias. “Vai acabar tudo em pizza?!”, pergunta o senador petista.
Em sua página oficial, o Ministério Público do RJ divulgou um comunicado nesta quinta-feira, informando que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o inquérito que investiga o motorista Fabrício José Carlos de Queiroz, no “caso Coaf”. A decisão liminar é do vice-presidente do STF, ministro Luiz Fux, atendendo reclamação impetrada na Corte nesta quarta-feira, 16. A decisão vale até que o relator da ação, ministro Marco Aurélio Mello, se pronuncie sobre a continuidade dela, após o recesso do Judiciário.
[blockquote align=”none” author=”Senadora e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann”]Muito grave a notícia de que o Supremo suspendeu INVESTIGAÇÃO sobre o caso Queiroz. Os pesos e medidas são muito diferentes. Para Lula, basta convicção, para os Bolsonaros nem documento público é considerado[/blockquote]
A decisão atende pedido de Flávio Bolsonaro que ainda não tomou posse como senador. Também, estranhamente, o ministro Fux, que está no plantão do STF, decretou “segredo de justiça” para o processo. “O Flávio Bolsonaro não disse que era o maior interessado em esclarecer tudo. Como pede suspensão da investigação?”, cobrou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em sua conta de twitter. Como o caso é de amplo conhecimento público, a medida de sigilo serve apenas para impedir o acesso às informações do inquérito.
Na segunda-feira, parlamentares das bancadas do PT no Senado e na Câmara protocolaram representação junto à PGR cobrando providências com relação aos possíveis atos ilícitos cometidos pela família Bolsonaro, no caso envolvendo o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz e sua filha, Nathalia Queiroz, no caso Coaf. Assinaram a peça a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o senador Humberto Costa (PT-PE) e os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Carlos Zarattini (PT-SP), Enio Verri (PT-PR), Paulo Teixeira (PT-SP) e Rui Falcão (PT-SP), que assumirá o mandato em fevereiro.
De acordo com os parlamentares, “os fatos apontam para indícios de lesão ao erário, sobretudo, se não comprovada a efetiva prestação de serviços por parte da Sra. Nathalia Queiroz, o que ainda pode revelar envolvimento em condutas ainda mais graves”, diz a representação. A petição encaminhada à Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, também pede esclarecimento sobre condutas que “podem se adequar a fatos tipificados em nossa legislação penal”, como corrupção passiva, formação de quadrilha, abandono de função (crime dos funcionários “fantasmas”), entre outros.