O preço médio do litro da gasolina vendido nos postos do Brasil subiu na última semana, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados nessa segunda-feira (17).
Na semana passada, o combustível foi vendido em média a R$ 4,86 por litro, com salto de 1,4% em relação à semana anterior. A maior alta (10,3%) ocorreu na Bahia, atendida pela Refinaria de Mataripe, privatizada pelo governo Bolsonaro. Ela já promoveu dois reajustes desde que as cotações internacionais do petróleo voltaram a subir.
Além disso, Bolsonaro tem utilizado a Petrobras politicamente visando ganhos eleitorais ao pressionar a empresa a não reajustar os preços antes do próximo dia 30. O preço médio da gasolina nas refinarias do Brasil registra uma defasagem de R$ 0,30 por litro (8%), segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), com dados divulgados na última segunda (17).
“A bomba relógio armada por Bolsonaro e Paulo Guedes começa a estourar. Os planos eram que [o preço] durasse até a eleição, mas parece que não deu certo”, destacou o senador Paulo Rocha (PA), líder da bancada do PT.
O litro do etanol hidratado também subiu: passou de R$ 3,40 para R$ 3,46, um avanço de 1,76% na semana. Foi a segunda alta seguida no preço do combustível, após cinco meses de queda.
“Bolsonaro tentou vender uma ilusão. Mas já não consegue esconder o fracasso econômico do seu governo. O golpe tá aí. Cai quem quer”, alertou o senador Humberto Costa (PT-PE).
Economia não está voando com Bolsonaro
Outro índice que desmente as falácias do atual presidente sobre a real situação econômica veio da divulgação do IBC-Br. Índice de Atividade Econômica do Banco Central sofreu queda de 1,13% em agosto na comparação com o mês anterior, a maior desde março de 2021.
“As medidas eleitoreiras do governo tentaram inflar a economia artificialmente, maquiagem que não se sustenta”, enfatizou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria.
O economista Bruno Moretti avalia que os efeitos práticos das medidas eleitoreiras tomadas pelo governo Bolsonaro podem estar chegando ao fim e dando sinais de desaceleração econômica. Por isso, o IBC-BR já apresentou queda na última divulgação do último dado.
“O IPCA, por exemplo, já deve vir mais alto, mesmo com a Petrobras represando o preço da gasolina em relação ao preço internacional. O “sagrado” Preço de Paridade Internacional foi jogado para escanteio até a eleição. Além disso, a queda dos preços de combustíveis e energia às custas dos tributos estaduais é insustentável. A arrecadação do ICMS já dá sinais de arrefecimento e se refletirá em piora dos serviços de saúde e educação, reduzindo o bem-estar dos usuários”, destacou Moretti.