Gastos com educação e saúde lideraram pagamentos federais em 2015

Gastos com educação e saúde lideraram pagamentos federais em 2015

Voltada para o público de média e baixa renda que precisa trabalhar enquanto completa os estudos, a Anhanguera é a segunda maior rede privada de educação no BrasilÉ certo que a operação Lava Jato interferiu nos números, por causa da suspensão de pagamentos do governo federal para as empresas acusadas, entre as quais estão as maiores construtoras do Brasil. Mas é inegável também que o ranking 2015 das empresas que mais receberam pagamentos da União, publicado pelo jornal Valor Econômico desta terça-feira (1º) mostra com clareza o comprometimento do governo Dilma Rousseff com áreas que eram tradicionalmente ignoradas até 2003. O ranking das empresas que mais receberam recursos federais, desta vez, é liderado o setor de Educação e da Saúde (companhias farmacêuticas).

A companhia que lidera recebimentos do governo federal em 2015 é a Anhanguera Educacional, de São Paulo, com R$ 947,3 milhões –  a maior parte deles destinada aos repasses do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) – programa que financia cursos superiores da rede particular.

Ao subir para o topo da lista, a Anhanguera desbancou a fabricante de aviões Embraer e a construtora Odebrecht -, respectivamente primeira e segunda colocadas do ranking de 2014.

Voltada para o público de média e baixa renda que precisa trabalhar enquanto completa os estudos, a Anhanguera é a segunda maior rede privada de educação no Brasil, com mais de 400 mil alunos matriculados em unidades profissionalizantes e de terceiro grau em todo o País e nos programas de formação à distância. São 67 campi, mais de 450 polos e mais de 650 centros de educação vocacional.

A campeã e a vice de 2014 (Itaipu Binacional e Embraer caíram uma posição no ranking de 2015, ficando, respectivamente, com a segunda e a terceira posição. Das outras sete da lista de “10 mais”, quatro são farmacêuticas ou distribuidoras de medicamentos: Abbvie, Glaxo-Smithkline, Uno Healthcare e Multicare. Construtora melhor colocada, a Queiroz Galvão só aparece em oitavo.

FIES
O FIES foi criado em 1999 para substituir os Crédito Educativo. O programa foi ampliado no governo Lula e financia o pagamento de mensalidades para estudantes de baixa renda em instituições de ensino privadas. O financiamento tem taxa de juros abaixo da Selic, carência 18 meses após a formatura para o estudante começar a pagar o débito, com prazo total de três vezes a duração do curso.

Em 2014, 26% dos estudantes matriculados nas Instituições de Ensino Superior privadas foram beneficiados pelo Fies, com um dispêndio total de R$ 13 bilhões por parte do governo. Esse percentual é ainda mais relevante quando se considera o fato de que 74% das vagas do ensino superior são ofertadas nas instituições particulares. Para ser beneficiado pelo FIES, o aluno precisa atingir pontuação mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e não ter tirado zero na redação. Além disso, o aluno não pode ter concluído outro curso superior e precisa comprovar renda familiar por pessoa de até 2,5 salários mínimos.

 

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