A Comissão de Educação aprovou nesta quinta-feira (24) requerimento de autoria do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para que o secretário especial de Cultura, Mário Frias, explique aos senadores os gastos da viagem a Nova York, em dezembro de 2021, ao custo total de R$ 39 mil.
Na oportunidade, Mário Frias viajou junto com o secretário-adjunto, Hélio Ferraz de Oliveira. Somados os gastos de ambos, a viagem custou, ao todo, R$ 78 mil.
De acordo com a justificativa do governo, a viagem realizada entre os dias 14 e 19 de dezembro, foi destinada a discutir a produção audiovisual com um lutador de jiu-jítsu brasileiro, Renzo Gracie, conhecido apoiador do governo Bolsonaro. Por causa da repercussão negativa, a Presidência da República cancelou a ida de Frias à Rússia, Hungria e Polônia, na comitiva presidencial, em fevereiro deste ano.
“As despesas foram pagas com dinheiro público. Frias tem que explicar o que foi feito nessas viagens e justificar para os brasileiros esse ataque aos cofres públicos. Isso é um escândalo pela ausência de prestação de contas e pela inexistência de motivos reais para essas viagens”, disse o senador Jean Paul.
Outro gasto que precisa ser esclarecido, de acordo com o senador, é a viagem de André Porciúncula, subsecretário de fomento e incentivo à Cultura, que gastou cerca de R$ 20 mil em viagem para Los Angeles, em janeiro deste ano. Segundo Jean Paul, esses gastos podem ser triplicados, já que o subsecretário viajou na companhia do coordenador geral de relações multilaterais do Ministério, Gustavo Torres, e do secretário de audiovisual, Felipe Pedri.
“Nós temos só a lamentar o uso das estruturas de cuidado da Cultura por parte desse governo. Primeiro foi a extinção do Ministério da Cultura. Diante do clamor da sociedade, foi criada uma Secretaria de Cultura no âmbito do Ministério do Turismo. Talvez seja por isso que essas viagens se justifiquem. O que se tem é uma atitude de tornar irrelevante, humilhante e depreciativo o papel da atual Secretaria de Cultura, o papel que o Estado tem diante da cultura”, criticou Jean Paul.
A audiência ainda não tem data marcada.