Em discurso na tribuna, Gleisi lamentou que os servidores públicos serão os prejudicados pela falta de cuidado com a gestão pública, um traço característico do modelo tucano de governar. “Isso é um verdadeiro acinte ao direito dos trabalhadores. A lei exige que o pagamento do terço de férias seja feito no momento em que o trabalhador vai usufruir delas. Eu lamento muito que o Paraná esteja passando por este vexame. Pergunto ao governador se ele abriu mão do seu percentual de férias, porque, aliás, ele tirou férias logo após a eleição. Porque agora os servidores do estado terão que abrir mão do seu direito”, questionou.
Gleisi também indagou sobre qual será o posicionamento dos jornais locais diante do calote aos servidores públicos, porque antes das eleições já apontava falhas de gestão e as dificuldades no pagamento, inclusive, de gastos de custeio – faltou, por exemplo, dinheiro para abastecer as viaturas das polícias civil e militar, mas sobraram R$ 800 milhões para a verba publicitária, cujo aumento nos últimos anos foi de 800%.
“Minhas denúncias foram pouco ouvidas e de forma pouco ética, porém bastante eficiente do ponto de vista publicitário, criou-se uma verdade no Paraná de que a culpa de todos os problemas do estado decorriam da não aprovação de empréstimos solicitados, supostamente boicotados pelo governo federal e por mim, ministra-chefe da Casa Civil à época”, disse ela.
A senadora acrescentou que combateu essa inverdade como pôde, mas a força publicitária do governo local falava mais alto nos jornais. “A verdade é que o Paraná não cumpria as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que impedia a aprovação de pedidos de empréstimos. Mas todos os empréstimos foram liberados e, ao contrário do que disse o governador, não solucionaram o problema. Então, voltou a perguntar: de quem é a culpa agora? Do governo federal? Da presidenta Dilma, dos ministros do Paraná, da ministra Gleisi. Não, a culpa é do governador Beto Richa”, enfatizou.
Marcello Antunes