Lucro nas alturas

Senadora Gleisi Hoffmann: Quem toma conta do país é o sistema financeiro

Presidenta do PT destaca que lucro dos bancos é muito superior ao obtido por sistemas financeiros da Suíça e dos EUA
Senadora Gleisi Hoffmann: Quem toma conta do país é o sistema financeiro

"Só quem lucrou neste país [em 2017] foram os bancos", disse Gleisi. Foto: Alessandro Dantas

O lucro sobre o patrimônio líquido dos bancos brasileiros, no ano passado, foi quatro vezes maior que o obtido pelo sistema financeiro dos Estados Unidos. É o que aponta o Relatório de Economia Bancária do Banco Central de 2017. Para a senadora e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), o resultado mostra qual é o verdadeiro “milagre” brasileiro.

“Só quem lucrou neste país [no ano passado] foram os bancos. Os bancos lucraram, mas são eles que estão tomando conta do Brasil hoje, é o sistema financeiro”, disse a senadora, nessa quinta-feira (14).

O relatório do BC aponta um crescimento generoso da rentabilidade dos bancos nacionais entre 2016 e 2017. Esse índice já era alto há dois anos, quando foi de 11,6%, mas conseguiu ser ainda maior no ano passado: 13,8%.

Ainda segundo o documento, o resultado é muito superior ao obtido por outros países. Entre eles, a Suíça, com lucro sobre o patrimônio líquido dos bancos de apenas 3,2%, e dos Estados Unidos, de 3,4%. Outras nações que registraram índices bem inferiores ao brasileiro foram Portugal (4,7%) e Itália (4,7%).

“Enquanto isso, o lucro dos nossos bancos foi de 13,8%. Não é uma maravilha? E todo mundo no Brasil paga mais de 300% no cheque especial, no cartão de crédito, e os projetos que nós temos aqui para regular juro de banco não andam”, criticou Gleisi.

“Para dar esquema para petroleira internacional vir aqui e pegar o nosso petróleo, o plenário do Senado é rapidinho em aprovar. Para acabar com a indústria nacional de petróleo e gás é rapidinho. Agora, para votar aqui controle de juros, não”, acrescentou.

A senadora é autora de um projeto de lei complementar (PLS 413/2016) que impõe limites e transparência às taxas de juros pelos bancos para a concessão de crédito aos cidadãos e às empresas. A proposta baseia-se numa legislação adotada em Portugal.

Produto do golpe

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Em discurso ao plenário, na quinta, Gleisi disse que o cenário de caos no Brasil é fruto do golpe orquestrado no país. Um golpe que começou com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e se seguiu com a prisão do ex-presidente Lula.

“Lula está preso porque ele significa a interrupção dessa sacanagem toda que está acontecendo com o Brasil. Essa gente tirou a Dilma no tapetão, prendeu o Lula e está entregando esse resultado para o Brasil”, argumentou.

Para a senadora, há desespero porque o candidato que representa os retrocessos – Geraldo Alckmin, do PSDB – não consegue pontuar nas pesquisas.

“Não consegue, não vai conseguir, não tem o que oferecer ao povo. Eu quero ver ele fazendo campanha defendendo a reforma da previdência, defendendo o aumento da gasolina, defendendo a política do mercado. Adoraria ver eles fazendo campanha assim, porque mentir eles não podem, pois já estão fazendo isso no governo”.

 

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