Golpe da Previdência

Governo Bolsonaro compra votos para tirar direitos do povo

Senadores criticam liberação de emendas por parte de Bolsonaro a fim de cooptar votos de deputados em favor da proposta de reforma da Previdência
Governo Bolsonaro compra votos para tirar direitos do povo

Foto: Alessandro Dantas

“A compra de votos funcionando a todo vapor. O dinheiro do povo usado descaradamente para tirar direitos do povo. Essa é a ‘nova política’ de Jair Bolsonaro”. Assim reagiu o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), à notícia veiculada pela imprensa, nesta terça-feira (9), de que o governo abriu as portas para liberação de verbas aos parlamentares em busca de votos para a aprovação da proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro (PEC 6/2019).

De acordo com a ONG Contas Abertas, só nos primeiros cinco dias de julho, foram empenhados R$ 2,551 bilhões. O valor é maior do que o observado de janeiro a junho deste ano: R$ 1,77 bilhão. Segundo a Folha de S. Paulo, Bolsonaro já liberou aproximadamente R$ 1 bilhão em emendas parlamentares vinculadas à área da saúde. O valor foi distribuído em 34 portarias publicadas em edição extra do Diário Oficial da União de ontem (8).

“A história continua, nada mudou. Governo libera R$ 2,5 bilhões em troca da votação da Reforma da Previdência na Câmara. Mais uma vez, as convicções políticas dão lugar aos cifrões”, criticou o senador Paulo Paim (PT-RS).

A liberação dos recursos havia sido prometida pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Ele havia prometido R$ 10 milhões para cada deputado pela aprovação da proposta na Comissão Especial e mais R$ 10 milhões pela aprovação em plenário. Além disso, outros R$ 20 milhões seriam entregues ao final do ano.

Outra medida da “nova política” de Bolsonaro será a liberação de três ministros que deixarão temporariamente seus cargos no Poder Executivo para reassumirem seus mandatos na Câmara e facilitar a aprovação do projeto que dificulta o acesso dos cidadãos ao benefício da aposentadoria. Voltarão ao Legislativo os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-RS) e do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG). O último teve o nome envolvido no escândalo dos laranjas do PSL em Minas Gerais durante a última campanha eleitoral.

 

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