“Me parece que o projeto do governo é terminar com indústria naval brasileira e passar a fazer plataformas fora do País”, denuncia o vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, ligada à CUT, Enio Santos, comentando o desemprego no setor. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), o setor naval já demitiu quase 50 mil trabalhadores em dois anos. Esse número catastrófico é mais da metade das 82,5 mil existentes em 2014, antes que o governo golpista investisse contra a indústria nacional.
Em outro estudo, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que de um total de 71.554 postos de trabalho diretos restaram 40.232 em 2016. Com base nos registos do Ministério do Trabalho e Emprego, a pesquisa analisou estaleiros alocados em 15 municípios espalhados em nove estados. Segundo o estudo, o Rio de Janeiro é quem mais perdeu empregos, com retração de 7.470 postos nas cidades de Angra dos Reis, Itaguaí, Niterói e na capital Rio de Janeiro. O Rio Grande do Sul foi o segundo estado mais atingido do Brasil, com o fechamento de 4.627 vagas em Rio Grande e São José do Norte.
Interrompidos em sua política lesa-Pátria, os mesmos interesses tentam novamente implementar a política neoliberal do governo FHC. Para impedir um novo desastre, o setor realiza no próximo dia 13 de março, em Rio Grande, no RS, uma audiência pública para discutir o futuro da indústria naval brasileira, segundo informa o prefeito da cidade, Alexandre Lindenmeyr, no vídeo abaixo. Recuperado durante os governos Lula e Dilma, o setor atingiu seu nível máximo de crescimento das últimas décadas, superando os anos oitenta, em que o Brasil tornou-se o segundo maior produtor de navios do mundo.
https://www.facebook.com/alexandrelindenmeyer/videos/754902861354238/
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