Governo expulsa mais de um servidor por dia por corrupção

Balanço mostra trabalho de fiscalização da Controladoria Geral da União.

Governo expulsa mais de um servidor por dia por corrupção

Desde 2003, 4.481 funcionários deixaram o serviço público federal – média de mais de 400 por ano. Somente este ano foram 433 casos em 10 meses.

 

A tese largamente divulgada de que a corrupção entre o funcionalismo público no Brasil não só é epidêmica, mas também ignorada já não se confirma. A atuação discreta da Controladoria Geral da União (CGU) pode até não alardear resultados, mas a punição tem sido firme e rigorosa. Afinal, os dados reunidos em relatórios de prestação de contas demonstram que ao menos um corrupto é expurgado dos quadros da administração pública a cada dia.

O último dado consolidado da CGU, com informações reunidas até o mês de outubro demonstra que, desde 2003, nada menos que 4.481 funcionários que, comprovadamente, praticaram irregularidades deixaram o serviço público federal – uma média de mais de 400 por ano, ou um corrupto a menos nos quadros federais por dia. Somente este ano foram 433 casos em 10 meses.

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A maioria dos expulsos –3.794– saiu por demissão, enquanto 380 foram destituídos. A destituição ocorre quando se trata de cargo em comissão, e não de um servidor efetivo. Também há 307 casos de destituição de aposentadorias.

O número de demissões vem crescendo ao longo dos anos. Entre 2003 e 2012, o número de servidores expulsos praticamente dobrou. Foram 269 expulsos, no primeiro ano do governo Lula, saltando para 506 no ano passado.

Corrupção
A corrupção é a maior causa de expulsões do serviço público. Em 11 anos, foram 3.009 casos de demissões, destituições ou cassações de aposentadoria, o que representa mais de 60% do total. Outros 1.015 saíram por abandono de cargo, inassiduidade ou acumulação ilícita.

A criminalização da corrupção pode ficar ainda mais rigorosa. No mês de junho, o Senado aprovou uma nova tipificação para o crime. O Projeto de Lei (PLS 204/2011) estabelece que o delito seja tratado como crime hediondo.O projeto prevê o mesmo tratamento para crimes de corrupção passiva (solicitar ou receber vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem), corrupção ativa (oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público) e crime de concussão (exigência de vantagem em razão de função pública).

Crimes como o excesso de exação (quando um funcionário público exige um pagamento que ele sabe ou se deveria saber que é indevido), peculato (apropriar-se ou desviar-se de valores, bens móveis, de que o funcionário tem posse justamente em razão do cargo/função que exerce) e homicídio também são considerados crimes hediondos.

Aprovado, o projeto, está tramitando na Câmara dos Deputados (PLS 5900/13). A proposta pode ser votada a qualquer momento.

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O Estado com maior número de expulsões é o Rio de Janeiro, com 761 casos, mais que o Distrito Federal, que teve 556. Em São Paulo foram 438 casos. Juntas, as três unidades da federação responderam por 39% das demissões. Já o Acre registrou o menor número de demissões desde 2003: 23.

Veja a íntegra do relatório da CGU

Com informações da CGU e das agências de notícias
 

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