O governo Bolsonaro voltou a causar incidentes diplomáticos em meio à pandemia com o principal parceiro comercial do Brasil. Após saída do criticado ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o ministro da Economia Paulo Guedes parece ter assumido, dentro do governo, a missão de atacar a China e prejudicar ainda mais o Brasil junto ao nosso principal fornecedor de insumos e vacinas contra a Covid-19.
As críticas foram feitas por Guedes na última terça-feira (27) durante reunião do Conselho de Saúde Suplementar (Consu).
“O chinês inventou o vírus e a vacina dele é menos efetiva que a do americano”, disse Guedes, replicando a insana tese dos filhos de Bolsonaro de que o vírus foi desenvolvido por laboratórios da China. “O americano tem 100 anos de investimento em pesquisa. Os caras falam: qual é o vírus? É esse? Tá bom. Decodifica. Tá aqui a vacina da Pfizer. É melhor que as outras. Então vamos acreditar no setor privado”, insistiu o titular da Economia.
Coube ao embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, responder às críticas feitas por Paulo Guedes, nesta quarta-feira (28). Wanming lembrou que os chineses são os principais fornecedores de vacinas contra a Covid-19 no Brasil.
“Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas e os insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo Brasil e são suficientes para cobrir 60% dos grupos prioritários na fase emergencial”, apontou.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), membro da CPI da Covid, respondeu ao embaixador e pediu para que ele ignorasse “os genocidas” e destacou que os brasileiros são gratos à China.
“A raiva deste governo é justamente essa. Para eles, 400 mil mortos é pouco, queriam mais. Por isso arrumam intrigas com nosso maior parceiro comercial e o país que está socorrendo os brasileiros nesta pandemia. Nós brasileiros somos gratos à China. Ignorem os genocidas”, disse o senador.