A 23ª edição do Grito dos Excluídos que será realizada na próxima quinta-feira (7) traz como lema “Por direitos e democracia“ e aborda a realidade de um Brasil em crise, com desemprego, retirada de direitos trabalhistas e que, em breve, enfrentará a votação da reforma da Previdência, proposta que ameaça a aposentadoria de milhões de brasileiros. A atividade será realizada em todo o Brasil.
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), destacou a importância do Grito dos Excluídos no calendário anual de mobilizações dos movimentos sociais e salientou que a manifestação ganha uma importância ainda maior nesse ano em decorrência da dura realidade enfrentada pelos brasileiros desde o golpe que levou ao poder o grupo comandado por Michel Temer.
“O Grito [dos Excluídos] ganha uma importância ainda maior pelo momento extremamente delicado pelo qual o Brasil atravessa. E essa dificuldade se mostra nas atitudes apresentadas por um governo fruto de uma ruptura democrática e que tem imposto uma série de retrocessos aos direitos sociais. Temos visto a apresentação de leis que prejudicam trabalhadores, a venda de nossas riquezas e absurdos cortes orçamentários que tem dificultado ainda mais a vida dos brasileiros. É fundamental que a sociedade se organize nesse momento”, disse o líder.
Coordenador da Central dos Movimentos Populares (CMP), em São Paulo, Raimundo Bonfim explica que neste ano a atividade evidenciará o desmonte dos direitos, bem como alertará a população sobre os parlamentares que traíram o povo brasileiro, ao apoiarem a reforma trabalhista e o arquivamento das denúncias contra Michel Temer (PMDB).
“Nos últimos anos dos governos de Lula e de Dilma, superamos o desemprego, a exclusão social e a miséria. Mas, o Brasil de hoje não é mais o mesmo. Tínhamos saído do Mapa da Fome da ONU e voltamos neste triste cenário, num País de desemprego onde se agravam as desigualdades sociais”, disse.
O secretário de Mobilização da CUT São Paulo, João Batista Gomes, reforça o que está em jogo a partir da permanência do Michel Temer e seu grupo no poder. “Vamos intensificar a luta, ainda mais em um cenário em que Temer anuncia privatizações de várias estatais. Nossas riquezas estão em jogo no Brasil. Estamos nas ruas para dizer que exigimos o respeito à nossa soberania”, aponta o dirigente.
Contra a Reforma Trabalhista
O Grito dos Excluídos será para a CUT o pontapé inicial da campanha para acolher 1,3 milhão de assinaturas por todo o Brasil em apoio ao projeto de lei de iniciativa popular cujo objetivo é sustar os efeitos da lei oriunda da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017).
Na avaliação do presidente da CUT, Vagner Freitas, a campanha será uma forma de os sindicatos estreitarem seu contato com os trabalhadores nos locais de trabalho e reforçar o alerta feito antes da conclusão do processo de impeachment – o de que o golpe que derrubou Dilma Rousseff não era contra Dilma, mas contra todos os direitos conquistados nas últimas décadas.
“Agora as pessoas estão vendo o que está acontecendo. Não é mais ‘olha, eu estou avisando, vai acontecer isso, isso e isso’. Está acontecendo. O desemprego é assustador, a crise de credibilidade do país é sem tamanho, a economia está destroçada e sem rumo – a nave está completamente desgovernada”, disse.
História
A proposta do Grito dos Excluídos surgiu no Brasil em 1994 e o 1º Grito foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”, e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
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Com informações do Portal CUT