“É um grupo composto de quatro sírios, um tunisiano e um palestino, que foi trazido ao Uruguai a bordo de um avião militar dos Estados Unidos. É o maior grupo a deixar o campo de concentração de Guantánamo desde 2009”, detalhou o senador, se referindo aos grupos que receberam autorização para deixar a prisão de Guantánamo, classificada como uma “excrescência” por Lindbergh.
Desde o início de novembro, sete outros presos foram transferidos de Guantánamo, incluindo três para a Geórgia, dois para a Eslováquia, um para a Arábia Saudita e um para o Kuwait.
Lindbergh enfatizou que a Guantánamo não se trata de uma prisão, mas, sim, um cativeiro para sequestrados. De acordo com ele, os 775 “sequestrados” que por lá passaram tem menos direitos que os animais em solo americano. Mesmo com essas recentes liberações propiciadas pela ação humanitária tardia dos Estados Unidos, ainda estão incomunicáveis outros 136 sequestrados do presídio norte-americano.
“Não são réus. Não são acusados. Não são prisioneiros de guerra. Não são sequer seres humanos. São simplesmente ‘terroristas’. Seres que, de acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, estão aquém dos direitos humanos e até do direito humanitário, que protege os prisioneiros de guerra contra a tortura e outros maus-tratos”, disse o senador.
Para o petista, os Estados Unidos é a única superpotência que age como se estivesse acima das convenções internacionais e do direito internacional público, agindo com “indisfarçável hipocrisia”. Além disso, condena regimes que lhe é inconveniente utilizando como base a proteção dos direitos humanos.
“Guantánamo é somente a face mais evidente e chocante de uma política externa baseada no unilateralismo, no desrespeito às instituições multilaterais, no recurso reiterado da força militar para resolver conflitos, no uso hipócrita da questão dos direitos humanos e da democracia para perseguir e condenar quaisquer regimes que se queira destruir”, destacou.
Rafael Noronha