Era quase noite do dia 27 de março de 2018 quando os motoristas do comboio de ônibus perceberam os pneus murchos e decidiram parar. Os passageiros haviam relatado um barulho estranho, pouco depois da comitiva deixar a cidade de Quedas do Iguaçu rumo a Laranjeiras do Sul, ambas no estado do Paraná, para o penúltimo ato da Caravana Lula pelo Sul.
O jornalista Joaquim de Carvalho, do portal Diário do Centro do Mundo, lembra bem daquele momento. “Eu me lembro que a certa altura houve um barulho seco, diferente daquele barulho que a gente costumava ouvir que era de pedrada, de ovos, era algo seco. Mas não deu para saber o que era no momento. Algumas pessoas imaginaram que fosse tiro de chumbinho, mas parecia algo mais grave do que isso”.
Ao desembarcar, os passageiros constataram duas marcas de disparos de arma de fogo contra o ônibus que levava os jornalistas que acompanharam os dez dias de recorrido pelos três estados da região sul do país. A polícia então foi acionada.
“Depois que tudo isso passou, algumas horas depois, é que começou a cair a ficha. E eu pensei: ‘Cara, podia ter morrido gente’. Foi algo muito grave o que aconteceu. Agora, mais grave ainda é que não houve nenhum esclarecimento”.