Humberto convoca Congresso Nacional na luta contra crise financeira

Humberto convoca Congresso Nacional na luta contra crise financeira

O senador Humberto Costa (PT-PE), em discurso nesta segunda (15/08), chamou a atenção do Congresso Nacional para colaborar com o Governo Federal no enfrentamento da crise financiera.

“O momento de incerteza nos recomenda muito cuidado nessa hora, e o Congresso está sendo convocado para assegurar a tranquilidade necessária para o governo e seus técnicos da área econômica concretizarem o que tem de ser feito para enfrentar um problema de dimensões ainda desconhecidas, mas de consequências devastadoras, como se vê atualmente na Grécia, na Espanha, na Irlanda, na Itália e em outros países europeus”.

Humberto destacou as medidas de austeridade tomadas pela presidenta Dilma Rousseff, no sentido de garantir a saúde da economia brasileira.

“Como vimos, na semana passada, depois da nota de rebaixamento de crédito dos Estados Unidos, todas as bolsas de valores do mundo foram sacudidas por vários dias seguidos. Felizmente, tratou-se de apenas mais um surto especulativo que não encontrou respaldo para prosperar e lançar nosso País na mesma vala em que hoje se encontram vários países europeus”, disse o senador Humberto, que prosseguiu afirmando que vários países da Comunidade Européia estão anunciando cortes nos gastos, que se vão se refletir na qualidade de vida da população.

De acordo com Humberto, as medidas econômicas implementadas pela presidenta, desde o início de seu Governo, permitiram que o Brasil não fosse afetado profundamente pela atual crise econômica que aflige a Europa, como também permitem que o País mantenha seus investimentos, inclusive, os voltados a grandes eventos.

“A sobriedade, anunciada desde os primeiros dias de governo da presidenta Dilma Rousseff, não afetou os enormes investimentos que o País vem realizando em obras de infra-estrutura, não só para eliminar gargalos que há décadas impedem a redução do chamado custo Brasil, mas também para preparar o Brasil para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016”, avaliou.

Cautela e Austeridade

Ainda em seu pronunciamento, o senador citou reportagem veiculada no jornal Valor Econômico, onde se diz que “o governo não vai baixar a guarda e continuará com cautela e austeridade”. Segundo Humberto, o jornal se refere à cautela, como uma das principais medidas que o governo do presidente Lula adotou quando teve de enfrentar a crise entre 2008/2009, com a redução dos juros e dos impostos de setores de consumo de massa, para evitar a retração no mercado consumidor interno e a recessão que provocaria o aumento do desemprego e o crescimento dos problemas sociais.

A austeridade revelada na reportagem, segundo o senador, remete ao trabalho exercido pelos parlamentares. “O governo só terá sucesso em manter essa trincheira contra a crise econômica global, se puder contar com nosso esforço sincero naquilo que é mais essencial neste momento, evitar o aumento do gasto público, especialmente nas atividades de custeio”, declarou o senador, sobre a necessidade de o Legislativo ter cuidado com seus gastos e garantir tranqüilidade ao governo neste momento.

Brasil Maior

Humberto Costa ainda disse que o Governo Federal está conseguindo administrar os efeitos da crise na economia brasileira, apesar das dificuldades geradas com a supervalorização do real perante o dólar e da perda de competitividade da indústria brasileira. O senador citou a criação do programa Brasil Maior, lançado há duas semanas.

“Assistimos ao lançamento do Programa Brasil Maior, que trouxe para vários setores a tão esperada desoneração fiscal e a restrição para práticas ilegais contra nossa indústria. O objetivo maior de resguardar a economia nacional nos afeta diretamente, pois exige, de nossa parte, como integrantes do Congresso, a compreensão de que nem todas as demandas poderão ser atendidas, e que até mesmo os recursos que antes estavam garantidos correm o risco de não serem liberados no tempo e no momento mais adequado para nossos projetos políticos”, salientou Humberto, ao lembrar da importância da ação do Congresso frente à crise financeira.

Ouça o pronunciamento do senador Humberto Costa

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Confira o discurso do senador

Senhor presidente, prezadas senadoras, prezados senadoras. O jornal Valor Econômico, um dos de maior credibilidade do nosso País, traz como principal reportagem os esforços que o governo da presidenta Dilma Rousseff está empenhando em tirar o Brasil da rota da crise econômica mundial.

Como vimos, na semana passada, depois da nota de rebaixamento da qualidade de crédito nos Estados Unidos, todas as bolsas de valores do mundo foram sacudidas por vários dias seguidos – a começar por São Paulo, que chegou a cair quase dez por cento em um único dia. Felizmente, senhor presidente, tratou-se de apenas mais um surto especulativo que não encontrou respaldo para prosperar e lançar nosso país na mesma vala em que hoje se encontram vários países europeus. Como sabemos vários membros da Comunidade Europeia encontram-se hoje à beira do abismo, exigindo cortes de gastos dos governos que vão repercutir principalmente na qualidade de vida dos cidadãos e na perda de direitos previdenciários há muito assegurados.

O ataque especulativo não prosperou no nosso País porque encontrou a barreira da austeridade dos gastos do governo federal que, em muitos casos, nos afeta diretamente como parlamentares e representantes do povo. A sobriedade, anunciada desde os primeiros dias de governo da presidenta Dilma Rousseff, como bem sabem as senhoras senadoras e senhores senadoras, não afetou os enormes investimentos que o País vem realizando em obras de infraestrutura, não só para eliminar gargalos que há décadas impedem a redução do chamado custo Brasil, mas também para preparar o Brasil para os dois maiores eventos esportivos do mundo – a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
De volta ao jornal Valor Econômico, o que se lê é que o governo não vai baixar a guarda e continuará com cautela e austeridade.

A cautela se refere a uma das principais medidas que o governo do presidente Lula adotou quando teve de enfrentar a crise de 2008-2009, qual seja a redução dos juros e dos impostos de setores de consumo de massa, para evitar a retração no mercado consumidor interno e o pior dos mundos que a recessão provoca com o aumento do desemprego e o crescimento dos problemas sociais. Sendo assim, o corte nos juros haverá de ser aplicado com parcimônia e no momento adequado para que seja honrado outro compromisso da presidenta Dilma com o País, que é o de impedir a volta da inflação.

Já a austeridade revelada na reportagem, remete diretamente ao nosso trabalho como parlamentares, sejamos nós da base do governo ou da oposição. Sim, senhor presidente, o governo só terá sucesso em manter essa trincheira contra a crise econômica global, se puder contar com nosso esforço sincero naquilo que é mais essencial neste momento – evitar o aumento do gasto público, especialmente nas atividades de custeio. Esta palavra de ordem naturalmente desagrada os parlamentares e os coloca em difícil situação perante as nossas bases eleitorais, mas não pode ser adiada por causa da incerteza que se avizinha com esse novo ciclo da crise financeira internacional que agora promete ser mais longo e severo do que aquele que vivemos três anos atrás.

O momento de incerteza nos recomenda muito cuidado nessa hora, e o Congresso está sendo convocado para assegurar a tranquilidade necessária para o governo e seus técnicos da área econômica concretizarem o que tem de ser feito para enfrentar um problema de dimensões ainda desconhecidas, mas de consequências devastadoras, como se vê atualmente na Grécia, na Espanha, na Irlanda, na Itália e em outros países europeus. Parafraseando o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, “temos de confirmar nosso diferencial, e o diferencial do Brasil é ter uma condição fiscal bem arrumada”.

Por “condição fiscal bem arrumada”, entenda-se responsabilidade nos gastos e demais despesas – sem, porém, afetar os investimentos.

O governo está conseguindo administrar os efeitos da crise na nossa economia, apesar de todas as dificuldades geradas com a supervalorização do real perante o dólar e da perda de competitividade da indústria brasileira. Há duas semanas, assistimos ao lançamento do Programa Brasil Maior, que trouxe para vários setores a tão esperada desoneração fiscal e a restrição para práticas ilegais contra nossa indústria.

O objetivo maior de resguardar a economia nacional nos afeta diretamente, pois exige, de nossa parte, como integrantes do Congresso, a compreensão de que nem todas as demandas poderão ser atendidas, e que até mesmo os recursos que antes estavam garantidos correm o risco de não serem liberados no tempo e no momento mais adequados para nossos projetos políticos.

Da parte da base de apoio ao governo, o que se pede é concordância e compreensão com as medidas de austeridade do governo. Da parte da oposição, o que se espera é o comportamento republicano, no qual os interesses maiores da Nação antecedem os interesses partidários, e que se evite, principalmente, a alimentação de crises artificiais. Como exemplo desse comportamento deletério, incluo a sistemática apresentação de requerimentos para abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito sobre problemas que já se encontram sob investigação da CGU, do MP, do TCU e da própria PF.

O País exige mais de nós, atores políticos, para que não ocorra no Brasil o mesmo que já se reproduz nos Estados Unidos e em outros países, que vem sendo rotulado como a falência da política na gestão do Estado. Falência essa provocada pela indisposição em negociar e ceder, se for possível, em benefício de um futuro de estabilidade para o nosso País.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Liderança do PT no Senado

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