O senador Humberto Costa (PT-PE) enviou nesta quarta-feira (8) ofício ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, em que pede a abertura de investigação sobre os financiamento dos atos antidemocráticos realizados nesta terça, 7 de setembro, por apoiadores de Bolsonaro.
“Precisamos saber quem está pagando essa conta e com que dinheiro”, justificou o senador. Ele anexou ao pedido conteúdos jornalísticos para fundamentar a apuração. Um dos vídeos (veja aqui), que circulou nas redes sociais, mostra um dos apoiadores dentro de um ônibus de turismo “comemorando” a distribuição de camisetas e R$ 100 para cada “manifestante”.
Em outro vídeo (veja aqui), apoiadores aparecem na caçamba de um caminhão distribuindo a outros manifestantes dezenas de placas e cartazes padronizados com frases de efeito contra o STF e o Congresso. “Há intensos indícios de que todo o aparato dos protestos contra a democracia e as instituições foi altamente financiado, e quiçá com recursos advindos do erário”, apontou Humberto Costa.
O senador argumenta que os vídeos e reportagens sobre eles desvendam a existência de “uma rede financiadora para vestimentas, transporte e recursos em espécie para o suporte de atos que somente visam a atacar o Estado de Direito”.
Além disso, os atos com pautas contrárias ao Estado Democrático de Direito registraram, assim como nos passeios de moto do presidente e nos atos anteriores, uso explícito de dinheiro público por parte de Bolsonaro, com sobrevôo de helicóptero, deslocamento de Brasília para São Paulo, mobilização das forças de segurança para ele e sua equipe, com todos os custos inerentes.
Inquérito das fake news
O ministro Moraes é relator, no STF, do inquérito das fake news, que tem promovido operações com prisão, busca e apreensão contra propagadores de mentiras na internet. Em razão disso, Moraes foi um dos principais alvos dos discursos golpistas do presidente, tanto em Brasília quanto em São Paulo, dizendo que não mais cumpriria decisões proferidas por ele.
O inquérito conduzido por Moraes já atingiu alguns dos principais apoiadores do governo, como canais no Youtube, perfis no Facebook, Instagram e Twitter, entre outros.
No domingo (5), o ministro determinou que a Polícia Federal colhesse o depoimento o prefeito de Cerro Grande do Sul (RS), Gilmar João Alba, flagrado com R$ 505 mil em espécie no Aeroporto de Congonhas (SP) quanto tentava embarcar para Brasília, às vésperas dos atos antidemocráticos.
Moraes também determinou busca e apreensão celulares, computadores e arquivos digitais do prefeito e determinou o bloqueio das contas da Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja) e da Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso. As determinações ocorreram no âmbito do inquérito que investiga a realização e financiamento de atos antidemocráticos.
(Com informações de agências de notícias)