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Senador destacou dados da pesquisa realizada pelo OAB/Ibope em que 85% da população desejam a reforma no sistema eleitoral.
O senador Humberto Costa (PT-PE) defendeu, nesta quarta-feira (07), em plenário, a realização da reforma política e utilizou dados da pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que revelou que 85% da população deseja a realização da reforma política.
“Nós temos consciência de que vivemos, hoje, no nosso País, uma crise da representatividade política e a população tem conhecimento e dimensão do que isso representa hoje”, disse Humberto, ressaltando que, de acordo com o levantamento, 92% da população com nível superior se mostram favoráveis à reforma. Para Humberto, esses números são mais do que suficientes para destruir a argumentação de que essa proposição não faz parte da demanda da população em relação às mudanças que precisam ser feitas no Brasil.
A pesquisa realizada pelo Ibope aponta que 92% dos brasileiros são favoráveis a realização de uma reforma política que tenha início em um projeto de iniciativa popular. Apesar da pesquisa não mencionar a possibilidade de realização do plebiscito, Humberto Costa acredita que, se tivesse sido objeto do levantamento, a realização da consulta também seria bem recebida,
“Não foi pesquisada aqui a opinião da população sobre a realização de um plebiscito para a realização da reforma política, mas tenho convicção, certeza de que a maioria da população, se inquirida, diria que quer participar diretamente desse processo de decisão”, enfatizou.
Doação de recursos para campanhas
O senador também destacou a informação, considerada por ele “extremamente importante”, de que 78% dos brasileiros são contrários à continuidade da doação de recursos para campanhas por parte das empresas privadas. Entre as famílias que residem em áreas de periferia e com renda de até um salário mínimo, esse índice sobe para 84%.
“Isso mostra como o povo é inteligente. Nós sabemos que a doação de recursos de campanha por parte das empresas termina sendo uma das razões a justificar e a incentivar a corrupção neste Brasil. Empresa não vota! Por que, então, devem financiar as campanhas eleitorais? Quais são as empresas que financiam campanhas eleitorais? Não são os pequenos comerciantes, não são aqueles que não têm interesse direto na relação com o Estado”, disse. “Ao contrário, são os que têm interesse direto na relação com o Estado, na relação com o Executivo, na relação com o Poder Legislativo, e que procuram, a partir do estabelecimento dessa relação, obter benesses, sejam elas legais ou ilegais”, completou.
Ao lembrar que o PT defende o financiamento público e exclusivo para a campanha eleitoral, o parlamentar destacou que o modelo defendido pela OAB – o financiamento privado sem a participação de empresas, com limite de contribuição – se adéqua melhor aos tempos atuais. “Nós teremos de adotar, mais cedo ou mais tarde, queira o Congresso ou não queira o Congresso, porque a voz da população vai se fazer ouvir – é uma mudança no processo de financiamento das campanhas eleitorais”, disse.
Diante do amplo desejo da população de ver as novas regras eleitorais em vigor já em 2014, Humberto cobrou “boa vontade” de seus pares para levar adiante as mudanças exigidas pelas ruas.
“84% da população deseja que essas novas regras possam valer para 2014, e acredito que nós teremos condições de adotar essas medidas já para a eleição do ano que vem. Mas, se isso não for possível, ainda que seja para 2016, sem dúvida, teremos dado um passo gigantesco para fazer com que no Brasil possamos combater a impunidade, a corrupção, as relações obscuras entre o setor público e o setor privado que existem hoje no nosso País”, salientou.
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