Humberto no STF: administração do direito autoral está transparente

Senador, autor do texto da lei sancionada no ano passado, explica que autores podem acompanhar processo pela internet 


No STF, Humberto Costa defende nova lei
sobre arrecadação dos direitos autorais
(Carlos Humberto/SCO/STF)

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), abriu no começo desta tarde (17) a audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) que discutiu a nova lei de direitos autorais, cujo texto foi relatado pelo parlamentar. Em sua fala, o petista declarou que o relatório aprovado por unanimidade na Câmara e no Senado e sancionado pela presidenta Dilma Rousseff no ano passado primou por um sistema mais transparente de arrecadação e distribuição de recursos de execução musical pública. O relator do caso no Supremo, ministro Luiz Fux, presidiu o debate, que teve a participação de 24 expositores, favoráveis e contrários à legislação.

O texto de Humberto conta com o apoio de nomes como os cantores Frejat, Caetano Veloso, Roberto Carlos e Chico Buarque e da produtora Paula Lavigne, mas é questionado pela União Brasileira de Compositores (UBC) e pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad). As duas entidades ingressaram no Supremo com ação direta de inconstitucionalidade (ADI). O Ecad é a instituição privada responsável pela centralização da arrecadação e distribuição dos direitos autorais.

A nova lei tem como principal fundamento a criação de um sistema de fiscalização, ligado ao Ministério da Cultura, dos valores arrecadados pelo Ecad. A proposta também permite que os artistas acompanhem, via internet, em quais locais as suas músicas foram tocadas, como se deu a execução da obra e se os recursos relacionados àquela divulgação foram devidamente pagos. O que, segundo o petista, põem fim ao modelo atual de amostragem e torna mais justo o valor cobrado de executores de obras musicais e a quantia paga aos compositores.

“Havia queixa geral de que a distribuição não acontecia de maneira justa. O projeto, portanto, veio atender a todas as inspirações da sociedade brasileira, daqueles que formam o conjunto dos direitos autorais”, declarou o líder. Criado ainda durante o Regime Militar (1973), o Ecad tem monopólio sobre a arrecadação musical no Brasil. Mas não havia nenhum tipo de controle sobre o processo. No ano passado, o órgão arrecadou R$ 624,6 milhões e distribuiu R$ 470,2 milhões, segundo dados da própria instituição.

Uma CPI no Senado investigou nos anos de 2011 e 2012 a atuação do Ecad. A comissão, no seu relatório final, indiciou 15 pessoas pelos crimes de apropriação indébita de valores, fraude na realização de auditoria, formação de cartel e enriquecimento ilícito. O projeto relatado por Humberto e que está em discussão no Supremo foi elaborado pela comissão.

Com assessoria do senador Humberto Costa

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