Dos 27 ramos pesquisados pelo IBGE, 21 |
A produção industrial do País cresceu 0,6% em outubro na comparação com o mês de setembro e no acumulado do ano registra uma taxa positiva de 1,6%. Esse resultado poderia ser melhor se não houvesse o impacto negativo da retração de 2,5% verificada em julho. Dos 27 ramos pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 21 registraram crescimento da atividade industrial, com destaque para áreas como impressão e reprodução de gravações (13,1%), que eliminou o recuo do mês anterior; máquinas e equipamentos (2,7%), cuja expansão foi mais intensa (3,3%) em junho; refino de petróleo e produção de álcool (2,2%), que recuperou a perda de 4,7% acumulada entre agosto e setembro e indústrias extrativas (2%), que teve a sétima taxa positiva consecutiva, acumulando alta de 7,9%.
De acordo com o IBGE, outros setores indústria contribuíram para a elevação, como o de perfumaria, detergentes e produtos de limpeza (5,6%), produtos de metal (2,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,4%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (5,2%) e material eletrônico (3,4%), enquanto algumas atividades reduziram a produção, como foi o caso da indústria de veículos automotores (-3,1%), que eliminou parte do ganho acumulado de 9,2% acumulados nos meses de agosto e setembro. A atividade da indústria de bebida caiu 5,9% em outubro; de alimentos 0,6% e produtos químicos 2,2%.
Os bens de consumo semi e não duráveis avançou 1% em outubro e, com isso, recuperou parte da perda de 3,8% verificada entre julho e setembro. Os setores de bens de capital, que são, literalmente, as fábricas que produzem equipamentos e máquinas para outras fábricas, cresceram 0,6% e de bens intermediários 0,3%, sendo o terceiro resultado positivo consecutivo. No acumulado do ano, deve-se observar, a indústria de bens de capital e de intermediários registra expansão de 6,9% e 1%, respectivamente. Esse dado tem relação direta com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado ontem pelo mesmo IBGE.
É que a taxa de Formação Bruta de Capital Fixa (FBCF), que reflete a produção de bens de capital, por exemplo, por mais que tenha recuado 2,2% nos meses de julho, agosto e setembro, acumula alta de 6,5% neste ano e de 7,3% na comparação do terceiro trimestre deste ano com o de 2012 – e a taxa de investimento beira os 20%.
De toda a forma, a produção industrial acumulada neste ano mostra dados interessantes, que confirmam a recuperação da atividade principalmente pelas medidas adotadas pelo governo da presidenta Dilma Rousseff para reaquecer a economia, como a desoneração da folha de pagamentos e a redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de diversos setores. Com isso, dos 27 ramos pesquisados, 16 tiveram taxas positivas. Dos 76 subsetores, 45 cresceram e 51,4% dos 755 produtos investigados tiveram avanço. A indústria de veículos automotores, que expandiu 10,3%, ainda exerce maior influência – positiva – na formação da média da indústria, com destaque para a maior fabricação de caminhão-trator
para reboques e semirreboques, caminhões, automóveis, veículos para transporte de mercadorias e reboques e semirreboques. Afinal, esses equipamentos atendem à atividade do agronegócio e o PIB agropecuário, só neste ano, acumula alta de 8,1%.
Marcello Antunes com informações do IBGE