Esta segunda-feira (10/6) começou com as revelações do The Intercept Brasil ganhando destaque em algumas importantes publicações europeias, e dando proporções mundiais ao esquema entre o juiz Sérgio Moro e os procuradores do Ministério Público (especialmente Deltan Dallagnol) para usar politicamente a Operação Lava Jato.
Na Suíça, o Le Temps fala em “reviravolta no CasoLula” em sua manchete, com um texto que conta como “autoridades das investigações anticorrupção da Lava Jato manobraram para impedir o retorno do ex-presidente Lula ao poder no ano passado, em reportagem baseada em vazamentos potencialmente explosivos”.
A edição espanhola do El País coloca como principal notícia de sua seção Internacional a repercussão da reportagem de Glen Greenwald e sua equipe, afirmando na manchete que o escândalo “coloca em dúvida a imparcialidade da Operação Lava Jato”. No texto, o jornal diz que “Moro recomendou ao procurador que ele mudasse a ordem de uma das etapas da investigação, cobrou mais agilidade nas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, e antecipou ao menos uma de suas sentenças, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público, além de reclamar de Dallagnol, como se fosse seu superior hierárquico”.
O francês Le Monde começa contando a história com uma pergunta: “E se o maior escândalo de corrupção na história do país tivesse sido manipulado?”. Em seu subtítulo, afirma que “segundo as revelações do The Intercept, a vasta investigação anticorrupção visava impedir o retorno de Lula ao poder”.