Efeito Lula

Indústria respondeu por 76% do aumento das vagas formais em 2024

De acordo com estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, saldo de vagas formais no setor mais que dobrou em 2024, encerrando o ano com alta de 145,5%

Divulgação/Site do PT

Indústria respondeu por 76% do aumento das vagas formais em 2024

Forte retomada: sete em cada dez novas vagas formais criadas no ano passado vieram da indústria

A retomada da indústria é uma das marcas do governo Lula 3. Em 2024, o setor respondeu por 76% do aumento de vagas formais de trabalho, conforme revela estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) publicado pelo jornal Valor Econômico nesta terça-feira (18/2). Os números confirmam os acertos das políticas federais, muito embora a taxa de juros praticada pelo Banco Central (BC) ao longo do terceiro mandato do petista esteja a serviço da especulação e não do capital produtivo.

No ano passado, o mercado de trabalho absorveu 1,694 milhão de pessoas com carteira assinada, 239,5 mil a mais que em 2023. Dessas 239,5 mil novas vagas, 181,8 mil estão a cargo da indústria, de acordo com Janaína Feijó e Helena Zahar, pesquisadoras do FGV Ibre, a partir de dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O saldo de vagas formais no setor mais que dobrou em 2024, encerrando o período com alta de 145,5%, bem acima dos serviços (+22,3%) e do comércio (+7,7%), por exemplo.

“Sete a cada dez novas vagas formais criadas no ano passado vieram da indústria. Muito do incremento do saldo de postos de trabalho no setor formal dependeu da indústria. Foi um bom momento do setor, até mesmo pode-se dizer que foi um ‘outlier’ [que se diferencia muito dos demais] diante do histórico dos últimos anos”, ressalta Feijó.

Ipea: inflação de janeiro foi menor para famílias de baixa renda

A economista do FGV Ibre argumenta que a indústria foi favorecida pelo baixo desemprego, pelo aumento da renda e pelos investimentos produtivos. Em 2024, o setor cresceu 3,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outro economista, Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), atribuiu os resultados ao consumo das famílias. “O crédito puxou mais os bens de consumo duráveis e os bens de capital. Ao mesmo tempo, com mais gente recebendo Bolsa Família, há mais demanda para itens como bens semiduráveis e não duráveis. E junta-se a isso o aumento da massa salarial”, argumentou.

Política monetária contracionista

Apesar do desempenho animador da indústria, fruto das medidas macroeconômicas adotadas pelo governo federal e de programas como o Nova Indústria Brasil (NIB), a economia brasileira começou a dar sinais de desaceleração na virada de 2024 para 2025. Isso se deve à inexplicável elevação da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC ao nível de segundo encargo mais oneroso do mundo. Atualmente, a Selic é mantida em 13,25% ao ano.

Especialistas projetam crescimento menor da indústria em 2025 por causa da escalada dos juros. João Leme, analista da Tendências Consultoria, é um deles. “Com o tempo, a expectativa é que a política monetária mais contracionista, com o crédito mais restrito, que começamos a ver em dezembro, além de um impulso fiscal negativo, acabe segurando o ímpeto da indústria”, aposta.

Na avaliação de Cagnin, o ciclo de alta dos juros determinado pelo Copom e a especulação em torno do dólar observada no final do ano passado impactarão negativamente a atividade industrial. “A estimativa é de desaceleração, principalmente por causa da subida muito aguda da taxa de juros. O ano será de acomodação. Não é que o emprego industrial vai cair, mas a expectativa é de desaceleração”, ponderou.

Feijó também antevê o arrefecimento do setor nos próximos meses. “O ano de 2025 não deve repetir o bom desempenho do emprego industrial que se viu em 2024. O grau de importância para o emprego formal deve ser mais próximo entre os setores.”

Especulação financeira

O BC divulgou, nesta segunda (17), a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A economia brasileira cresceu 3,8%, a despeito das previsões do chamado mercado. Por meio das redes sociais, a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), contabilizou o tamanho do erro contido nas avaliações defendidas por especialistas liberais e especuladores.

“Lembram qual era a ‘previsão’ do mercado em janeiro do ano passado? Só 1,59%, menos da metade dos números reais. Os pessimistas erraram feio mais uma vez, e vão continuar errando sempre que apostarem contra o Brasil e o governo do presidente Lula. Emprego, salário, renda, investimentos, inovação e financeiro são motores do crescimento e da reconstrução do país. Vamos em frente”, publicou Gleisi.

Também no X, o líder do PT na Câmara, deputado federal Lindbergh Farias (RJ), indicou que o PIB brasileiro quase na casa dos 4% coloca em xeque a capacidade do mercado de fazer projeções. “Mercado em 2024: ‘O Brasil deve crescer 1,5%, abaixo da média global’. O Brasil de Lula em 2024: crescimento de 3,8%. A regra é clara: desconfiem do mercado!”, ironizou.

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