Dois números divulgados nesta sexta-feira (24) comprovam o que a população brasileira já vem sentindo na pele há meses: a economia real está esmagando o trabalhador entre a inflação cada vez mais alta e a renda cada vez mais baixa. O resultado dessa equação não tem como ser diferente: desemprego, miséria e fome, um cenário bem diferente do que o país vivenciou nos governos do PT.
O IPCA-15 divulgado pelo IBGE ultrapassou o simbólico índice de dois dígitos e bateu em 10,05% no acumulado dos últimos 12 meses. É a segunda vez em 15 dias que isso acontece. No último dia 9, a inflação chegou a 10,42% para as famílias mais pobres, que ganham entre 1 e 5 salários mínimos (INPC). O resultado do IPCA-15 foi de 1,14% de alta em setembro, a maior para o mês desde 1994, ano do Plano Real.
Se de um lado a inflação corrói o poder de compra, dados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) analisados pela consultoria IDados e divulgados pelo G1 mostram que o rendimento médio dos brasileiros regrediu ao patamar de quatro anos atrás. O valor no 2º trimestre de 2021 ficou em R$ 2.433, redução de quase 7% na comparação ao mesmo trimestre de 2020 (R$ 2.613), já descontada a inflação do período. Em 2017, era de R$ 2.399.
Para o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), a população está sem opção e a responsabilidade é do governo Bolsonaro e da política econômica perversa de Paulo Guedes.
“Não há mais previsibilidade de preços. Cada dia no supermercado é uma surpresa, com o povo tendo que escolher entre comer ou pagar o aluguel. A incompetência do governo nos levou a esse caos. E a única saída é tirar do poder quem nos joga no abismo”, afirmou o senador, reforçando o movimento pelo impeachment de Bolsonaro.
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), o governo perdeu totalmente o controle da economia. “A inflação está consumindo a renda do trabalhador brasileiro”, lamentou. “O custo de vida está insuportável. Tudo sobe: gás, luz, gasolina, transporte. Em um ano, o chamado ‘prato feito’ – arroz, feijão, carne, ovo, salada – ficou 25% mais caro. Uma cesta básica hoje consome mais da metade do salário mínimo”, alertou.
Paim criticou ainda o fato de o governo ter abandonado a política de reajuste real do salário mínimo, adotada nos governos Lula e Dilma. A previsão da remuneração básica para 2022 é de R$ 1.169, sem reajuste acima da inflação. “Isso é um erro. Teremos mais arrocho salarial, geladeiras vazias, menos comida no prato. O país precisa resgatar a Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo. Todos ganham: municípios, comércio local, assalariados, trabalhadores. A roda da economia gira”, afirmou.
(Com informações da Agência PT de Notícias e do G1)