Investigação não identificou propina da SBM a funcionários

Na CPI da Petrobras, diretor que chefiou sindicância para apurar suposto suborno, assegura que denúncia é vazia

Investigação não identificou propina da SBM a funcionários

Pedro Aramis: não foram encontradas
irregularidades

Segundo a falar nesta terça-feira (3) na CPI do Senado que investiga supostas irregularidades na Petrobras, o diretor de Segurança Empresarial da Petrobras, Pedro Aramis de Lima Arruda, definiu-se como “um velho soldado e um jovem petroleiro”. Militar da reserva, disse que sua experiência em segurança levou-o ao cargo. Arruda foi chamado a depor para explicar denúncias de que teria havido pagamento de propina a funcionários da estatal pela empresa holandesa SBM OffShorepara facilitar contratos com a Petrobras. A SBM tem plataformas alugadas para a Petrobras.

Responsável pela sindicância interna na empresa, Arruda garantiu que a auditoria não encontrou qualquer  evidência. Ele esteve à frente da comissão de sindicância na Petrobrás, instalada em 2014.
“Trabalhamos por 44 dias nessa investigação”, relatou. O líder do PT, Humberto Costa (PE) perguntou se o depoente não considerava esse prazo pequeno. Arruda respondeu que foram colhidas todas as informações possíveis e as conclusões remetidas ao Ministério Público, Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU).

As denúncias sobre propina diziam que a SBM havia pago Us$ 139 milhões a “agentes de venda no Brasil”. Desse total, boa parte teria sido repassada a Julio Faerman, principal representante da empresa holandesa no País. Humberto também questionou esse valor. “Um pagamento tão expressivo é normal?”, quis saber.

Arruda informou que Julio Faerman foi ouvido pela comissão de sindicância, não tendo sido verificadas irregularidades na relação com a Petrobras e que  todos os contratos da Petrobras com a SBM foram verificados por auditores da estatal, que confirmaram o cumprimento de regras adotadas pela empresa. Informou ainda que a sindicância não identificou pagamentos feitos pela Petrobras à empresa de Faerman ou a outro intermediário de negócios com a empresa holandesa.

O relator da CPI, José Pimentel (PT-CE) informou que Faerman já foi convocado a depor para tentar esclarecer essa e outras dúvidas

Giselle Chassot

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