Combate a pandemia

Jean Paul condena avaliação do governo no combate à Covid

Senador condenou ministro da Economia que afirmou ter sido bem-sucedida a “primeira grande guerra” contra o vírus
Jean Paul condena avaliação do governo no combate à Covid

Foto: Alessandro Dantas

O Brasil alcançou nesta semana a marca de 300 mil mortes causadas pela Covid-19 desde o início da pandemia. Apesar dos números, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou aos senadores nesta quinta-feira (25) que o Brasil vem enfrentando com sucesso o que ele classificou como “primeira grande guerra”, referência a primeira onda da pandemia.

De acordo com o ministro, a economia vinha mostrando certo vigor com o recorde de arrecadação de impostos em fevereiro, a criação de 260 mil vagas de trabalho em janeiro e resultados de atividade acima do esperado.

“Parece que o ministro da Economia está dentro de um tanque de guerra com uma infantaria medieval mal armada, mandando o povo sair de casa, recuperar a economia. E a pessoa que está dentro do tanque de guerra dizendo que estamos vencendo a guerra e as infantarias morrendo pelo vírus”, criticou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria.

Questionado sobre a diminuição do valor do auxílio emergencial para o ano de 2021, Guedes afirmou que a elevação do benefício para R$ 600, como cobra a bancada do PT, dependerá da venda de empresas públicas.

Guedes também defendeu a repetição da PEC de Guerra, aprovada como a PEC Emergencial, para acelerar a chegada do auxílio emergencial aos “invisíveis”.

Jean Paul classificou como factoide o novo discurso adotado pelo governo em separar em guerras o combate à pandemia, como se o Brasil tivesse superado com sucesso o período finalizado em dezembro do ano passado, quando terminou a vigência do decreto de calamidade pública.

“Me incomoda essa questão de ter vencido uma primeira guerra dentro desse novo discurso mais afeito ao governo de que há duas guerras separadas, dois vírus, duas etapas. Para mim, é uma coisa só. E mesmo nessa primeira guerra morreu muita gente”, disse.

Na avaliação do senador, a solução continua sendo a mesma do início da pandemia. O governo precisa vacinar rapidamente a população e prover o auxílio emergencial para que os brasileiros possam se sustentar durante o período. Além disso, ele criticou a tentativa de Guedes de vender o auxílio emergencial, que é um auxílio indenizatório, como sendo um programa social.

“Esse governo diz que descobriu e tratou dos ‘invisíveis’. O auxílio emergencial é indenizatório. Todos os países desenvolvidos adotaram. O invisível a que se refere o ministro são trabalhadores informais e eles não foram descobertos por esse governo. De 2003 a 2014, o País criou 20 milhões de empregos para aqueles que não se enquadravam no Bolsa Família, os informais. O salário-mínimo cresceu 77% acima da inflação. Isso, sim, é inclusão social. Não transformar um auxílio emergencial que é indenizatório em programa social”, rebateu.

O senador ainda afirmou que a situação da pandemia no Brasil se agravou muito por conta da disputa ideológica criada por Bolsonaro e outros membros do atual governo. E isso, sem dúvida, também agravou a situação econômica do país.

“Esse é o mesmo vírus, novas cepas eram esperadas. O importante é que as medidas sanitárias são as mesmas e foram ridicularizadas, desrespeitadas, minimizadas por membros do governo, inclusive o próprio presidente como se fosse uma guerra ideológica. Se um petista usa máscara, eu não vou usar. Com certeza não foi uma forma correta de guerrear. Tanto que as pessoas que faziam isso, recentemente, mudaram de hábitos”, disse, em referência a nova postura de Bolsonaro que tem começado a aparecer de máscara em público.

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