A conjunção da operação Lava Jato com a Emenda 95 e a submissão ao sistema financeiro internacional empurraram a economia brasileira para o buraco. A prévia do PIB do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, 16, aponta um recuo de 3,34% em maio, em comparação de abril. Em consequência, 13,3 milhões de brasileiros sem emprego e milhares são explorados na informalidade. Segundo os analistas dos grandes jornais, a greve dos caminhoneiros é a principal causa do resultado negativo.
[blockquote align=”none” author=”Senador Humberto Costa (PT-PE), líder da Oposição no SF”]A abusiva política de preço de combustíveis do governo Temer, que resultou na greve dos caminhoneiros em maio, fez o país retroceder exageradamente naquele mês. Isso significa menos emprego e menos renda aos brasileiros e, infelizmente, mais caos.[/blockquote]
No entanto, outros dados econômicos indicam que as razões são bem mais profundas. destaquesdestaquesO desastre só tem equivalência na “década perdida”, entre 1981 e 1984, quando a construção recuou 22,5%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, a expectativa é que o setor cresça apenas 0,5%. Nos últimos anos, o setor teve papel importante na modernização tecnológica e na conquista de mercados externos para a indústria nacional.
Setor estratégico para manter a base do emprego, as construtoras perderam R$ 55 bi de receita por conta da operação Lava Jato e da crise geral da economia. O faturamento das seis maiores construtoras do País – Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Mendes Júnior e Constran – caiu de R$ 77 bi para R$ 22 bi desde 2015. Em consequência, ao menos 200 mil pessoas foram demitidas nesse período. A indústria da construção civil perdeu 500 mil postos de trabalho, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).