Senadores do PT comentaram o fato de a Lava Jato se tornar notícia nos principais veículos do mundo. Antes vista como “maior operação contra a corrupção do mundo”, o jornal francês Le Monde mostra como a Lava Jato não passou de uma estratégia bem-sucedida dos Estados Unidos para minar a autonomia geopolítica brasileira e acabar com a ameaça representada pelo crescimento de empresas que colocariam em risco seus próprios interesses e culminou no “maior escândalo judicial do planeta”.
“Matéria do Le Monde publicou detalha como Moro e Dallagnol tramaram para perseguir Lula e o PT, quebrar o Brasil e atender aos interesses dos EUA. A Lava Jato já é manchete mundo afora como o maior escândalo judicial do Brasil”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE).
A reportagem aponta que o ex-juiz Sergio Moro foi recrutado pelos Estados Unidos em 2007 para conhecer os métodos usados pelos estadunidenses e atuar em favor do país sem parecer um “peão”. A reportagem, então destaca que a lei anticorrupção de 2013 e a formação do grupo de trabalho – prática estimulada pelos EUA – da Lava Jato surgiram com objetivos geopolíticos.
Segundo o Le Monde, os promotores do Departamento de Justiça dos EUA estavam “monitorando de perto a situação política no Brasil” diante da iminência do processo de golpe parlamentar contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.
“O jornal francês mostra, com detalhes, como os Estados Unidos usaram Moro e os promotores lavajateiros para destruir a economia brasileira”, comentou o líder do PT, senador Paulo Rocha (PA).
A “Lava Jato” estava confiante de sua vantagem, apesar de ter ascendido sem a menor consideração pelas normas do Direito. “Quando Lula foi condenado por ‘corrupção passiva e lavagem de dinheiro’, em 12 de julho de 2017, poucos relatos jornalísticos explicaram que a condeação teve base em ‘fatos indeterminados'”, destacou o jornal.
“Depois do New York Times, maior jornal dos EUA, desmascarar a Lava Jato, agora é a vez do Le Monde, maior jornal francês. Segundo o periódico, a Lava Jato servia a interesses estadunidenses, o que gerou a destruição da indústria nacional brasileira, gerando milhares de desempregados”, enfatizou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).
Retomada de perseguição a Lula
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, manifestou preocupação, nesse domingo (11), diante da ameaça da retomada de perseguição ao presidente Lula por meio do que ele chama de “mesmas más práticas utilizadas anteriormente”.
“Dar marcha à ré da decisão tomada pelo STF por pressões midiáticas e políticas significaria um retrocesso institucional para o Brasil e um dano incalculável para todos que reivindicam o Estado de Direito como base da democracia”, afirmou o presidente argentino.
Lembrando que o STF do Brasil anulou os processos que resultaram na condenação do presidente Lula, Fernández destaca que “a decisão teve singular relevância por deixar evidente o uso de diferentes medidas de poder (políticos e midiáticos) para impedir a um cidadão a possibilidade de competir eleitoralmente”.
“A nulidade determinada pelo STF deixou em todos, defensores do Estado de Direito, a convicção de que o sistema judiciário brasileiro havia preservado a institucionalidade democrática”, afirmou o presidente argentino. Para Fernández, “o sistema judiciário do Brasil demonstrou a sua capacidade de autorrevisão, preservando a correta atuação da justiça”. A decisão, segundo ele, “representa um sopro de ar fresco para a democracia da região”.
O presidente Alberto Fernández conclui alertando que “Lula é um líder democrático não apenas para o Brasil, mas também para todo o continente latino-americano”. “A perseguição que levou Lula à prisão e o condenou indevidamente representa uma mácula que o Brasil não merece, que o STF começou a reparar”, conclui.
Com informações de agências de notícias