O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje (23) a visita de duas lideranças de diferentes partidos: o presidente nacional do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi, e o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB). Após a saída da sede da Polícia Federal em Curitiba, aonde Lula está preso desde abril do ano passado, eles conversaram com os presentes da Vigília Lula Livre.
A palavra mais usada pelos líderes foi “injustiça”. PDT e PSB, mesmo com diferenças de posicionamentos com o PT de Lula, se colocam solidários ao ex-presidente, e ajudam a compor a oposição ao governo de extrema-direita que governa o país com o presidente, Jair Bolsonaro (PSL). “É um difícil momento de injustiça, mas nós somos a resistência. Brizola (Leonel) sempre dizia que o povo brasileiro é a resistência”, disse Lupi, citando o importante líder pedetista, ex-governador de dois estados (RJ e RS).
Lupi descreveu Lula como “lúcido, forte, com olhar para o futuro”, obstinado em provar sua inocência. Sobre o país, disse que o ex-presidente está “preocupado com os mais pobres e mais fracos que estão sofrendo muito com o desgoverno que ai está”. Lupi argumentou que, assim como Lula, vê Bolsonaro como uma figura que atua “em defesa de interesses internacionais e do sistema financeiro”. O líder pedetista disse que saiu de lá feliz, pois “apenas um homem justo possui as convicções de Lula”, mas com o coração em prantos pela injustiça.
Os amigos de Lula disseram estar confiantes em sua soltura breve. “Não é possível que isso não aconteça logo. Já passou do limite, tenho muita esperança. Minha última fala com o ex-presidente foi um até breve, lá fora”, disse Lupi.