Lindbergh quer “intervenção branca” na Região Serrana do Rio

Lindbergh quer “intervenção branca” na Região Serrana do Rio

“Uma espécie de intervenção branca” dos governos federal e estadual em municípios da Região Serrana do Rio pode ser a solução para assegurar a reconstrução física das cidades, a revitalização da economia local e evitar novas tragédias decorrentes de catástrofes naturais. É o que sugere o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que declarou-se “abalado” com as novas ocorrências registradas em Teresópolis, na última sexta-feira (06/04), quando deslizamentos de terra provocados por fortes chuvas deixaram cinco mortos na cidade.

Em entrevista ao Poder Online, do Portal IG, publicada no último domingo (08/03), ele defendeu que o programa Minha Casa, Minha Vida, “entre pesado” na região, em parceria com o governo estadual, para fazer “revolução habitacional em Teresópolis e nas cidades vizinhas, acabando de vez com as residências em áreas de risco”. Ele lembrou que um ano e três meses após a chamada “Tragédia da Serra”, quando fortes chuvas provocaram cerca de mil mortes na região, muito pouco foi feito por algumas prefeituras para prevenir novas ocorrências.

Lindbergh propôs iniciativas de organismos como o BNDES para movimentar a economia local, bastante prejudicada pelas ocorrências de janeiro de 2011. “Podem-se promover projetos com aporte de dinheiro federal e estadual sem passar pelas mãos dos administradores locais. Uma intervenção branca em defesa da população”, defende o senador, preocupado também com a crise política vivida por Teresópolis, que teve o prefeito cassado, no ano passado, sob a acusação de ter desviado a verba repassada pelo governo federal para a reconstrução da cidade.

“A situação é triste. Essa nova tragédia acontece quando Teresópolis ainda não se havia curado as feridas das últimas enchentes. E o quadro político também não ajuda”, avaliou o senador. “O governo federal e o governo estadual têm que tomar a frente da situação. Assumir completamente a administração da reconstrução da cidade, do ponto de vista físico e econômico”. Lindbergh disse ainda que várias prefeituras da Região Serrana vivem problemas políticos semelhante, o que justifica a intervenção das outras esferas de governo.

Entenda o caso

Em janeiro de 2011, a Região Serrana do Rio de Janeiro, atingida por uma forte chuva, foi palco do que é considerado o maior desastre natural já registrado no país. A enxurrada e os deslizamentos de terra arrasaram as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, a área rural de Petrópolis e outros municípios da área, provocando a morte de cerca de mil pessoas, 400 delas em Teresópolis.

Em novembro de 2011, o prefeito da cidade Jorge Mário Sedlacek foi cassado pela Câmara de Vereadores, acusado de desviar R$ 7 milhões repassados pelo governo federal para obras emergenciais em Teresópolis. O vice-prefeito foi empossado, mas morreu dois dias depois de assumir o cargo, ocupado agora, interinamente, pólo presidente da Câmara Municipal, até a realização de nova eleição. O candidato apontado pelas pesquisas eleitorais como favorito, Mário Tricano, ex-prefeito do município, foi preso numa operação da Polícia Federal, em janeiro deste ano, acusado de envolvimento com o jogo do bicho.

Na noite da última sexta-feira (06/04), um ano e três meses após a “tragédia da Serra” — e sem que sequer uma das novas moradias que deveriam ser construídas para retirar moradores das áreas de risco fosse entregue — uma forte chuva provocou novos deslizamentos de terra em Teresópolis, deixando cinco mortos, 15 feridos e quase mil pessoas desalojadas. 

Com informações do Portal IG

Foto: Tribuna de Teresópolis

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