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Lula: Brasil não pode ser governado batendo continência para os EUA

Ex-presidente concedeu entrevista ao Tutaméia e ao Diário do Centro do Mundo, nessa quarta-feira (05), defendendo a soberania nacional e os direitos do povo brasileiro
Lula: Brasil não pode ser governado batendo continência para os EUA

Foto: Ricardo Stuckert

“Esse país não pode ser governado batendo continência para o governo americano. Esse país não pode ser governado de quatro para os americanos. Esse governo está destruindo o país, envergonhando o país. A sociedade precisa readquirir o direito de se indignar”.

É o que afirma Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao Tutaméia, feita em conjunto com o Diário do Centro do Mundo, na superintendência da Polícia Federal em Curitiba na manhã desta quarta, 5 de junho. Durante duas horas, o ex-presidente Lula avaliou a cena política e econômica do Brasil e do mundo.

“Temos motivos de sobra e bandeira para ir para a rua juntos, e coloco a questão da soberania como coisa muito forte. Defendendo a soberania, você está defendendo o seu país, o seu território, o seu povo e as suas riquezas. Mostrando para sociedade o que vai acontecer com o país se ele não for soberano”.

Também falou da emoção que está sentindo por causa de seu relacionamento: “Eu, se tiver chance, vou casar. Porque sempre é tempo de a gente ser feliz”.

Mostrou que está bem informado, acompanhando minuciosamente a política brasileira e as ações do governo Bolsonaro. Comentou, por exemplo o projeto de flexibilização das regras de trânsito: “É o projeto de lei da morte”, definiu.

Voltou a defender sua inocência com veemência, apontando mentiras que povoam o processo contra eles e denunciando a ação de Moro, que define como “um serviçal dos interesses dos Estados Unidos”.

Sobre a ação dos EUA, afirmou: “Os Estados Unidos não gostaram quando nós fizemos o acordo com a França para a construção de submarino de propulsão nuclear. Não gostou quando eu demonstrei que tinha interesse em fazer a compra do caça dos franceses. E não deve ter gostado quando a Dilma comprou o dos suecos porque eles queriam vender o deles”.

Resumiu: “Aos Estado Unidos não interessa o Brasil forte, não interessa o Brasil protagonista, não interessa o Brasil liderando a América do Sul, não interessa o Brasil tendo influência na África, não interessa que a relação do Brasil com a China, muito respeitosa, com a Rússia, muito respeitosa, com a Índia. Não interessa.”

E ainda: “A história vai mostrar o significado da Lava Jato, o significado da retomada dos EUA de colocar a Quarta Frota no oceano Atlântico depois da Segunda Guerra Mundial. É porque nós descobrimos a mais portentosa reserva de petróleo do século 21 no limite da fronteira marítima brasileira, exatamente a 300 quilômetros da margem, que é equivalente a duzentas milhas marítimas”.

Por isso mesmo, reafirma que não faz acordos que possam impedir a continuidade de sua busca para demonstrar sua inocência. Sobre uso de tornozeleira como condição para mudança de seu regime prisional, afirmou: “Tornozeleira é para ladrão e para pombo correio. Eu não sou nem ladrão nem pombo correio. Vamos deixar claro isso. Não venha colocar tornozeleira num homem honesto, que eu não aceito”.

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