Depois que Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente do Brasil em outubro de 2002, tendo derrotado seu adversário, que pertencia ao mesmo partido do Sr. Cardoso, por uma ampla margem, oito anos de prosperidade se somaram ao crescimento de justiça social. Isso se refletiu em níveis de popularidade nunca antes atingidos por qualquer outro presidente do Brasil. As políticas de Lula despertaram admiração ao redor do planeta.
Diferentemente de alguns neoconservadores da era de George W Bush, que em 2002 pensaram que uma vitória de Lula colocaria o Brasil no “eixo do mal”, o Sr Cardoso é uma pessoa inteligente e culta, um renomado sociólogo, responsável pela chamada teoria da dependência, muito popular durante um período no meio acadêmico. Ele foi um dos principais líderes do movimento político que resultou no fim da ditadura militar.
Como alguém que sonhou um Brasil democrático, eu nunca tinha imaginado que chegaria o dia em que um verdadeiro representante da classe trabalhadora se tornaria presidente. É com decepção que eu vejo a amargura com a qual o ex-presidente descreve a luta de Lula para provar a sua inocência.
Lula é de longe o candidato preferido da maioria dos brasileiros. Um grande número de juristas, estadistas e intelectuais ao redor do mundo tem defendido que a liberdade de Lula e seu direito a ser candidato à Presidência são essenciais para a consolidação da democracia no Brasil.
Em 17 de agosto, o Comitê de Direitos Humanos da ONU solicitou que o Brasil tomasse “todas as medidas necessárias” para assegurar os direitos políticos de Lula enquanto ainda há recursos a serem julgados. Nossas autoridades na Justiça agora encaram o “desafio” de fazer valer suas repetidas declarações sobre o respeito às normas internacionais envolvendo direitos humanos.