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Lula: “Estou doido para fazer uma caravana”

Há 16 anos, em 22 de abril de 1993, Lula iniciava a primeira Caravana da Cidadania, uma forma inovadora, idealizada por ele, para “olhar nos olhos do Brasil”

Lula livre caravana

Lula: “Estou doido para fazer uma caravana”

Foto: Ricardo Stuckert

“Estou doido para fazer uma caravana”. O desejo foi manifestado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a entrevista concedida, em sua prisão de Curitiba (PR), aos jornais Folha de S. Paulo e El País, na última sexta-feira (26).

Mais do que um desejo, a intenção de voltar a percorrer o País expressa o compromisso de quem é apontado em todos os estudos e pesquisas como o presidente da República mais bem avaliado pelos brasileiros. O compromisso com uma forma de diálogo com a população que — ele mesmo não cansa de repetir — é uma das principais explicações para o sucesso de seus dois mandatos.

Caravana, uma inovação
Há 16 anos, em 22 de abril de 1993, Lula iniciava a primeira Caravana da Cidadania, uma forma inovadora, idealizada por ele, para “olhar nos olhos do Brasil”.

O trajeto daquela caravana inaugural foi inspirado na primeira travessia do Brasil realizada pelo futuro presidente da República, em 1952. O menino de sete anos de idade percorreu, a bordo de um pau-de-arara, os 2.510 quilômetros que separam o então povoado de Caetés (PE) e Vicente de Carvalho (SP), na periferia do Guarujá, fugindo da fome.

Conhecer o povo
“Não basta ver o Brasil no mapa. Não basta ler o Brasil em um livro, ou ver na televisão”, resumiu Lula”, após palmilhar os 4.200 km de roteiro da primeira Caravana da Cidadania, em 12 de maio de 1993.

Quem quer governar o Brasil, já recomendava Lula, “precisa colocar o pé da estrada e andar esse País, conviver com esse povo. Afinal de contas, como é que você vai governar um povo que você não conhece? Como vai cuidar de problemas que não conhece?”

Pé na estrada
É assim que se aprofunda o “compromisso de irmão” com o povo brasileiro — aquela relação epidérmica que Lula herdou do nascimento paupérrimo, da trajetória de trabalhador.

Preso há 377 dias, o presidente manifesta “obsessão” por desmascarar a farsa que o colocou em uma cela na sede da Polícia Federal de Curitiba. Lula quer de volta sua liberdade, quer de volta o aconchego doméstico com os filhos, netos e bisneta. Mas, sobretudo, Lula quer lutar.

“Eu lamento profundamente o desastre que está acontecendo neste País. E é por isso que eu me mantenho em pé. Eles sabem que o dia que eu sair daqui eu estarei com o pé na estrada”.

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