Em meio ao pedido dos procuradores da Lava Jato para que Lula progrida do regime fechado ao semiaberto e a julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) que revisam “absurdas” decisões da operação, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou, nesta terça-feira (1º), que o ex-presidente só deixará a prisão quando o Estado brasileiro reconhecer a nulidade das sentenças que o condenaram.
O senador avalia que, diante dos abusos, ilegalidades e manobras criminosas operadas por membros do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal para empreender uma perseguição a desafetos políticos, Lula tem direito a um processo justo e não à caçada política a que o submeteram.
“Em decorrência de processos absolutamente viciados, ele está preso há quase 550 dias. A injustiça é resultado de sentenças condenatórias maculadas pelo conluio entre o Estado julgador e o Estado acusador. O escândalo da Vaza Jato está desnudando essa promiscuidade”, declarou.
De acordo com Humberto, o pedido dos procuradores para Lula deixar a cela que ocupa em Curitiba é um gesto inusitado em 5 anos de operação que tem como objetivo mitigar a sua condição de preso político para lhe meter uma tornozeleira eletrônica. Mas o parlamentar lembrou que o ex-presidente já disse em alto e bom som que não aceita trocar sua dignidade por sua liberdade.
“Lula é um prisioneiro político. Sua condenação foi injusta. E ele não aceitará benefícios de um processo que está podre desde a sua origem. A aceitação dessa progressão de regime seria o mesmo que aceitar as regras dessa condenação ilegal, abusiva, feita com base no lawfare, em que o aparato estatal foi usado para a deliberada perseguição política”, comentou.
Para o líder do PT no Senado, Lula não sairá por favores nem benefícios legais e ficará preso quanto tempo for necessário para que se reconheça a sua condenação injusta e se restaure a sua liberdade com base no Estado democrático de Direito.
“Lula tem pago com a própria vida essa absurda injustiça. Seus dias, e já são quase 550 deles, têm sido consumidos dentro de um cubículo onde ele está confinado. Suas perdas nesse período, inclusive familiares como um irmão e um neto, são irreparáveis. Mas a um homem inocente só restam sua liberdade plena e o reconhecimento de que houve o cometimento de uma imensa injustiça”, disse.