Entrevista

Lula: “Vai ser a primeira reforma tributária votada no período democrático”

Além da proposta de reforma tributária, Lula afirma que governo dará início ao programa de infraestrutura que deve aquecer a economia e gerar emprego
Lula: “Vai ser a primeira reforma tributária votada no período democrático”

Durante entrevista para a Rádio Gaúcha, Lula defendeu investimento brasileiro em projetos no exterior. Foto: Ricardo Stuckert

“Certamente não passará a proposta [de reforma tributária] na integralidade daquilo que o governo queria, mas certamente passará aquilo que vai dotar o Estado de maior proteção contra a sonegação, de maior capacidade de arrecadação.” A afirmação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante entrevista concedida nesta quinta-feira (29/6) à Rádio Gaúcha.

Lula elogiou os trabalhos da equipe econômica em torno da reforma tributária e a coordenação realizada com “maestria” pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou na quarta-feira (28/6) que a reforma tributária será analisada pela Casa até o dia 15 de julho, antes do recesso parlamentar. Após aprovação na Câmara, a proposta segue para avaliação do Senado.

Brasil voltará a ser canteiro de obras

Após recuperar todos os programas sociais extintos pelas gestões passadas, o presidente afirmou que o próximo passo será a retomada de uma série de investimentos no setor de infraestrutura para estimular a economia e aumentar a geração de empregos.

“Vamos transformar este país num grande canteiro de obras. Vamos tratar todos os estados com o maior carinho, porque, se os estados vão bem, o Brasil vai bem”, resumiu o presidente.

Além disso, o presidente Lula anunciou que o governo deverá realizar leilões para ampliar a produção de energia limpa no país.

“Vamos lançar um grande leilão de energia eólica, energia solar e hidrogênio verde. O Brasil vai se transformar num exportador de energia e vamos mostrar que, se tem alguém preocupado com o planeta, somos nós”, afirma.

Todo mundo contra a atual taxa de juros

Durante a entrevista, o presidente ainda lamentou a manutenção da taxa de juros em 13,75% por parte do Comitê de Política Monetária (Copom). De acordo com Lula, os investimentos continuam sendo prejudicados pela atual taxa Selic.

“Não existe hoje nenhuma explicação econômica, sociológica e filosófica para que essa taxa de juros esteja em 13,75%. Não é o Lula (quem diz), é o povo brasileiro, empresários, agricultores. Todos são contra essa taxa de juros”, enfatiza Lula.

Brasil se beneficia de investimento em exportações

O presidente também rebateu o discurso disseminado pela oposição de que o governo não deveria ajudar empresas brasileiras a fazer obras no exterior, como o gasoduto que a Argentina está construindo e que aumentará a oferta de gás natural para o Brasil.

“Quando a gente financia uma obra no exterior, a gente está exportando engenharia, a gente está exportando máquina e a gente está ganhando muito dinheiro além daquilo que a gente vai receber. Isso é competitividade, e o Brasil precisa sim financiar. E não é financiar a Argentina, é financiar os empresários brasileiros, as exportações brasileiras. É preciso a gente pensar grande e informar corretamente a sociedade”, esclarece.

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