A nova condenação sem provas de Lula, cuja sentença repete os erros jurídicos que o levou à prisão política, teve como reação imediata mais um ato em defesa da liberdade do ex-presidente com centenas de pessoas nas ruas de São Paulo na tarde desta quinta (7). Com a presença de lideranças de partidos progressistas e de movimentos sociais, a iniciativa reiterou também a importância em manter a luta contra a perseguição política ao maior líder popular da história do Brasil aliada ao enfrentamento e à resistência contra a agenda de retrocessos do novo governo.
O ato também serviu como espécie de prévia para a jornada de lutas que acontece entre os dias 7 e de 10 abril, data que marca um ano do cárcere político imposto a Lula com o propósito de o tirar da disputa das últimas eleições presidenciais (da qual venceria) e enfraquecer a agenda da esquerda – que atende aos anseios do povo em detrimento aos interesses do mercado.
Presente no ato, o candidato do PT no último pleito ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad deixou claro que a Luta por Lula é também a luta pelo restabelecimento da democracia no país. “Não vamos dissociar a luta por Lula livre dos direitos do povo brasileiro”, resume.
Haddad também falou sobre os absurdos apresentados pela Justiça para ampliar a perseguição política contra Lula. “Lula é investigado há 40 anos. Se a justiça tivesse trazido a público uma mala de dinheiro, uma nota, algum ato dele, algo concreto que provasse que ele contrariou o interesse nacional em proveito de alguém, ninguém estaria aqui hoje”
O pedido de justiça visto nas ruas de São Paulo, continua Haddad, se confunde com o clamor do povo brasileiro que não quer outra coisa a não ser justiça.
Quem também falou aos militantes foi o deputado federal José Guimarães (PT-CE), que usou o seu discurso para reforçar a importância da jornada em defesa de Lula em abril. “Nossa tarefa agora é de 7 a 10 de abril promover a jornada por Lula Livre em todas as capitais do país. Só vamos soltar o Lula se tiver povo nas ruas, se tiver militância organizada. Para defender o Lula basta ter compromisso com a democracia e com estado democrático de direito”, ilustra.
Para o também deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) manter a mobilização deve ser a meta primordial da militância, dos partidos progressistas e dos movimentos sociais. “Nós vamos fazer oposição, sim. Vamos fazer uma greve geral contra tudo que esse governo propõe e que vai retirar direitos do povo brasileiro. Temos que levantar a palavra Lula livre e enfrentar esse governo que vamos derrotar, vamos tirar o Lula de lá e botar ele pra liderar e fazer o Brasil a ser nosso de novo”.
Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), antecipa uma das medidas adotadas para ampliar a defesa de Lula. “Estamos hoje nas ruas e queremos dizer que no dia 7 de abril vamos parar o Brasil por Lula Livre. A primeira medida vai ser transferir a nossa sede e de outras entidades para Curitiba. Aqui é resistência, é Lula livre!”, enfatiza.
Até abril, no entanto, muita ação e mobilização deve acontecer, inclusive no campo jurídico. É o que acredita o vereador Eduardo Suplicy, para quem a condenação de Lula por um sítio que não é dele na quarta (6), a exemplo do que ocorreu no caso triplex, só aumenta a urgência de clamar pela liberdade do ex-presidente. “Tenho convicção que logo, logo, com apoio dos advogados, o presidente Lula, perante os ministros do STF, comprovará que não cometeu qualquer ato de enriquecimento ilícito e obterá sua liberdade para que haja a pacificação do povo brasileiro”.