Foto: Lula Marques/Agência PTCarlos Mota, com informações da Agência Estado
12 de dezembro de 2016 | 13h45
Senadores progressistas já alertavam há tempos que o impeachment de Dilma Rousseff não era a solução para o País. E quem diria que os mesmos que articularam a deposição da presidenta, agora, copiam as iniciativas dela para tentar driblar a crise, os escândalos e a alta impopularidade. Segundo a Agência Estado, o governo Temer vai relançar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado por Dilma, com outro nome.
A matéria, publicada nesta segunda-feira (12), afirma que Temer e aliados estão preocupados com o potencial dos vazamentos das delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht, além da divulgação no final de semana da pesquisa Datafolha mostrando o aumento da impopularidade do governo – apenas 10% dos entrevistados consideram a gestão ótima ou boa.
O PPE foi criado em julho de 2015 e, até o início de novembro, preservou 63.345 postos de trabalho, segundo o Ministério do Trabalho. Ao todo, 116 empresas aderiram ao programa, que permite a redução da jornada no emprego em até 30%, com diminuição do salário em igual proporção. Metade desse percentual é bancado pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Pegando carona no sucesso da proposta, Temer quer rebatizar a iniciativa como Programa de Sustentação do Emprego (PSE), para preservar 200 mil empregos em quatro anos. E ele pretende fazer isso rápido.
De acordo com a Agência Estado, o cronograma para divulgação foi acelerado para tentar neutralizar o impacto do vazamento da delação premiada do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho. O ex-executivo afirmou nos depoimentos que Temer pediu dinheiro da Odebrecht. Outros integrantes do governo também foram citados.
A reportagem afirma ainda que a correria para lançar o PSE também tenta amenizar a crise na base. O receio é de que o clima desfavorável prejudique a tramitação da PEC da Previdência, que começa a ser discutida na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) nesta semana, contando com parecer a jato do relator da matéria, deputado Alceu Moraes (PMDB-RS).
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