O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ) criticou na última quinta-feira (14) a política de austeridade implementada pela equipe econômica de Temer que, apesar dos números divulgados pelo governo, mantém a economia brasileira estagnada e dificultam a real retomada de diversos setores da economia nacional.
O governo estima que a economia brasileira vai registrar crescimento de 0,5% em 2017, mas já avalia a possibilidade de elevar essa previsão diante dos últimos resultados da economia. Para o mercado financeiro, a expectativa é de uma alta da ordem de 0,6% para a economia neste ano.
O crescimento de 1% registrado no primeiro trimestre do ano, segundo Lindbergh, não foi resultado de uma ação do governo. Ela foi apenas resultado de uma “extraordinária” produção agropecuária.
No segundo trimestre, o crescimento foi de 0,2%. Para o senador, isso se deu muito como resultado de uma das poucas medidas acertadas do atual governo na área econômica: a liberação do saldo das contas inativas do FGTS.
“Aquilo mexeu com o consumo. É uma loucura a gente só falar em ajuste fiscal e austeridade no meio de uma crise como esta. A discussão devia ser como retomar o crescimento, como proteger empregos. Mas não. É uma maluquice”, criticou.
Na avaliação do senador, a expectativa de que o PIB do País cresça apenas 0,5% neste ano é muito pouco para o potencial do País e reflete as más decisões econômicas adotadas pelo governo Temer.
“Crescer 0,5% num ano como este é muito pouco, tamanha a devastação que houve na economia. Em dois anos, foi uma recessão de 7,3% do PIB. E os números deste semestre mostram que o investimento continua ladeira abaixo”, enfatizou.
O líder lembrou que, ao contrário da atitude de Temer, o presidente Lula durante a crise de 2008 tomou o caminho contrário da austeridade e acelerou os investimentos públicos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Atitude que manteve o ritmo de crescimento do País apesar do fraco desempenho econômico mundial.
“Se nós não tivéssemos bancos públicos, como Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES, naquela crise de 2008, nós não teríamos saído com facilidade, porque os bancos privados aumentaram a taxa de juros e se retraíram. Dá tristeza ver o que está acontecendo neste País. Este País que há cinco, seis anos atrás estava voando. Era um País reconhecido pela sua força internacionalmente. As pessoas queriam saber das políticas de inclusão social no Brasil, porque houve uma grande mobilidade social neste País. Agora estamos vendo toda a destruição que está acontecendo. A preocupação é grande”, concluiu.