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Março da mulher é marcado por desemprego e queda na renda

As mulheres permanecem como o segmento mais penalizado pela pandemia, com queda de participação no mercado de trabalho e indicativos de que terão dificuldades para retomar postos de emprego
Março da mulher é marcado por desemprego e queda na renda

Foto: Agência PT

A queda na taxa de participação na força de trabalho feminina foi de 14%, em comparação com 2019, chegando a 45,8% em 2020. Nessa conjuntura de aprofundamento do desemprego, já agravada pelas desigualdades sociais, elas ainda têm que lidar com o anúncio de redução do valor do auxílio emergencial de R$ 600,00 para o valor previsto de R$ 250,00.

Não bastasse tudo isso, sendo as mulheres as principais beneficiárias do Bolsa Família, elas ainda sofrem a ameaça de perdas com a reformulação do programa, cujo valor e abrangência estão defasados.

Fato é que o março da mulher chega com uma agenda governamental desfavorável ao protagonismo feminino.

“As mulheres são as mais penalizadas com a crise sanitária e econômica que estamos vivendo. Além da alta taxa de desemprego, são elas a responsáveis pelo cuidado com filhos, casa e linha de frente no combate a pandemia”, adverte Anne Moura, secretária nacional de Mulheres do PT.

De acordo com o último dado do IBGE do terceiro trimestre de 2020, 8,5 milhões de mulheres deixaram seus empregos, formal ou informal, se comparado ao mesmo período de 2019. Assim, foi constatado que mais da metade da população feminina com 14 anos ou mais está fora do mercado.?

Mulheres e desemprego
Para se ter uma ideia do impacto negativo sobre a força de trabalho feminina no Brasil, na comparação com o primeiro trimestre, antes dos efeitos da pandemia na economia e na vida social das famílias, as mulheres somavam sete milhões entre os 11,2 milhões de pessoas fora da força de trabalho.

O efeito devastador da Covid-19 sobre o emprego – em especial sobre o setor informal– está atrasando a volta de mulheres ao mercado de trabalho.

E mesmo no mercado formal, onde foi registrado crescimento, as vagas criadas não tenham sido suficientes para repor as perdidas no início da pandemia. As vagas abertas no fim de 2020 ainda podem levar mais um tempo para repor a participação de mulheres em postos de emprego.

No emprego formal, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostra que, enquanto no ano passado 230,2 mil vagas criadas foram ocupadas por homens, as mulheres perderam 87,6 mil postos.

Além da tímida retomada do emprego, especialistas avaliam que a retomada também será mais heterogênea, pois chegará depois às mulheres mais pobres, com menos qualificação e as mães, sobretudo as mães solos. As creches e escolas ainda seguem fechadas por falta de um plano do governo seguro para todos.?

“A pandemia vem penalizando triplamente as mulheres. Além das questões que afetam todos os grupos, como perda de renda e emprego, cai sobre elas grande parte dos cuidados com filhos e casa”, disse a economista Diana Gonzaga, à Folha.

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