O primeiro ano da política externa do governo Lula foi concluído com êxito e resultados concretos, consolidando o reposicionamento do Brasil no mundo. A avaliação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, nesta quinta-feira (14/3), na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado.
De acordo com o ministro, ao longo do ano passado, foram mantidas mais de 200 interações por parte do presidente Lula, e pelo próprio chanceler, como participações em cúpulas, reuniões bilaterais, visitas realizadas e videoconferências.
“Dedicamos especial atenção ao relançamento de contatos com nossos principais parceiros. Nosso ponto de partida foi a nossa própria região, em linha com o mandamento constitucional de integração latino-americana. O Brasil revitalizou a parceria com nossos sócios estratégicos do Mercosul, regressou à Celac, lançou nova agenda de cooperação e integração na América do Sul”, elencou o ministro.
Além disso, Mauro Vieira destacou o fato de o presidente Lula ter sido convidado para grandes eventos internacionais, como a reunião do G7, em Hiroshima. O presidente Lula foi o único chefe de Estado brasileiro convidado a participar de todas as reuniões do G7 durante seus dois primeiros mandatos. Além de ter participado da reunião em Hiroshima, Vieira destacou que o presidente brasileiro foi novamente convidado para a reunião deste ano, que ocorrerá na Itália.
“O G7 é um grupo de países com o qual mantemos importante intercâmbio político, e intercâmbio comercial de aproximadamente U$ 140 bilhões”, destacou o ministro. A avaliação de Vieira demonstra, com didatismo, que os ataques da ultradireita às viagens do presidente não passam de golpes baixos ideológicos, tentando confundir a população brasileira sobre os efeitos concretos do esforço para tirar o Brasil da posição de pária internacional onde o desgoverno Bolsonaro nos colocou.
Importância do fortalecimento da relação com a China e a União Europeia
Tratado com desdém e preconceito na gestão de Bolsonaro, o maior parceiro comercial do Brasil voltou a receber o devido respeito da diplomacia brasileira no governo Lula.
O Brasil deu um novo impulso a laços com países não ligados aos blocos hegemônicos tradicionais, segundo Mauro Vieira, em especial com a China.
“A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2023, a corrente do comércio [entre os dois países] registrou recorde de praticamente U$ 158 bilhões. O superávit comercial para o Brasil atingiu recorde de U$ 51 bilhões. Isso representa metade do superávit total do Brasil no ano passado”, enfatizou o chanceler.
Já sobre o relacionamento do Brasil com a União Europeia, o ministro relatou que, durante a passagem do Brasil pela presidência do Mercosul, ocorreram importantes avanços no acordo de associação entre os dois blocos comerciais.
“O que demonstra o engajamento do Brasil e dos sócios do Mercosul nas relações com a União Europeia. Seguimos comprometidos com a conclusão desse importante acordo, que poderá ocorrer no segundo semestre deste ano”, disse o ministro.
Abertura de novos mercados agropecuários
Graças ao trabalho do Ministério de Relações Exteriores, em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária, foi possível já no primeiro ano da nova administração a abertura de 78 novos mercados para produtos agropecuários em 39 países.
Nesses primeiros meses de 2024, o chanceler relatou que o governo Lula já conseguiu abrir mais 18 mercados em 13 países. Esse esforço, segundo ele, tem sido fundamental para a geração de emprego e renda no Brasil.
“Esse périplo do presidente [Lula] abriu novas oportunidades de aprofundamento de nossas relações na seara política e, em especial, em termos de comércio e investimento”, disse.