Exemplo de que a política internacional do governo golpista vai de mal a pior pode ser conferida pela agenda dos dois comandantes da política recessiva de Temer, cuja marca é a retirada de direitos sociais. Henrique Meirelles, ministro da Fazenda e Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, estão em Davos, na Suíça, participando do Fórum Econômico Mundial. Em suas agendas, ao invés de encontros com representantes globais, está a dos patrocinadores do golpe. Vão se reunir com o Itaú-Unibanco e representantes do Bradesco.
Ilan encontrará, ainda, com o grande mestre do xadrez Kenneth Rogoff, americano que tem a seguinte história: parou de estudar quando tinha 16 anos para se dedicar ao xadrez; tornou-se economista e trabalhou no FMI e no Banco Central americano; hoje dá aulas em Havard.
Em 2013, teve um trabalho de sua autoria questionado. Rogoff teria feito uma exclusão seletiva de dados estatísticos sobre a relação dívida pública e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Seus cálculos, de acordo com o wikipédia, demonstraram que a alta da dívida pública foi de 2,2% entre 20 economias avançadas no pós-guerra ao invés do valor de menos 0,1%. Uma falha brutal no meio econômico.
Rogoff é um dos disseminadores – principalmente entre países em desenvolvimento – da tese de que a melhor medida para avaliar a conjuntura econômica de um País é a relação entre a dívida bruta versus PIB e não a dívida líquida, que vigorou nos últimos anos. A dívida líquida em relação ao PIB caiu de mais de 60% em 2003 para 36% com Lula, mantendo-se nesse patamar com Dilma.
A dívida bruta no Brasil, por conta das medidas para incentivar a economia, aumentou a relação com o PIB, e hoje está em torno de 60%. Porém, o discurso dos golpistas era o de que a dívida bruta estaria fora de controle, como prega Rogoff.
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