O mercado financeiro deu indícios claros, na segunda-feira (31), de estar com boas expectativas para o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente do Brasil. Mostrando que existia um temor muito maior com a radicalização golpista de Bolsonaro do que com o projeto de governo da frente ampla liderada por Lula para vencer as eleições.
No primeiro pregão após a vitória de Lula, houve forte volatilidade, mas o dólar comercial acabou encerrando com forte queda, e a Bolsa fechou com ganhos. O dólar, por exemplo, caiu 2,6% e voltou a R$ 5,17, a menor cotação em dez dias. O índice Ibovespa, por sua vez, fechou em alta de 1,37%, aos 116 mil pontos. O EWZ, principal índice brasileiro na bolsa de Nova York, fechou nas máximas do dia, em 3,75%.
“Bastou Lula ser eleito para a economia melhorar. Após a vitória de Lula o dólar caiu mais de 2% e o Real se tornou a moeda que mais se valoriza no mundo. A Ibovespa também opera em alta”, comemorou o senador Humberto Costa (PT-PE).
Reportagem de O Globo também mostra como Bolsonaro foi danoso para a economia e para a imagem do Brasil no exterior. Com a posse de Lula, em janeiro, a expectativa é de que aumente consideravelmente o investimento estrangeiro no país.
O diretor de Investimentos Responsáveis do megafundo Nordea, Eric Christian Pedersen, disse ao jornal que o time de dívidas de países emergentes “vai avaliar a possibilidade de retirar as restrições” sobre novos investimentos em títulos públicos brasileiros.
“Estamos otimistas com a possibilidade de retirar a quarentena sobre novos papéis do governo brasileiro”, disse Pedersen. A mudança se dá justamente pela expectativa de mudança radical no foco do governo com relação à preservação da Amazônia.
Com sede na Finlândia, o Nordea tem € 237 bilhões em ativos sob gestão, sendo que um terço desse total obedece aos mais altos padrões ESG (ambiental, social e de governança).
Já o fundo de pensão dinamarquês AkademikerPension, que administra um patrimônio de US$ 17 bilhões, avalia que o Brasil agora pode ser retirado do “modo compasso de espera”.
“Em forte contraste com o antecessor, o presidente recém-eleito prometeu que o Brasil voltará a se empenhar em reduzir drasticamente o desmatamento. Nos últimos anos, o Brasil foi colocado em “modo compasso de espera” por alguns investidores e visto como um pária internacional, mas agora as perspectivas melhoraram significativamente”, disse à coluna Capital o diretor de Investimentos do AkademikerPension, Anders Schelde.