Mercosul investe R$ 26 milhões em bolsas de estudo

Serão 3 mil bolsas para estudantes de graduação e de pós e para o intercâmbio de docentes e pesquisadores

Os países que integram o Mercosul terão um programa de bolsas, custeado pelo Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem), destinado a financiar projetos em benefício das economias menores do bloco. Serão mil bolsas para estudantes de graduação, mil para a pós-graduação e outras mil para o intercâmbio de docentes e pesquisadores. O Programa de Mobilidade Acadêmica Regional em Cursos Acreditados (Marca) tem previsão de custar R$ 26 milhões. A decisão foi tomada durante a reunião de ministros do bloco, no último dia 23, em Brasília (DF), da qual participaram os ministros do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Uruguai e Peru.

Os países do Mercosul também vão aumentar o intercâmbio de estudantes, pesquisadores e docentes em cursos de graduação e pós-graduação. “Temos possibilidade de aumentar o intercâmbio e incluir mais países”, afirmou o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães. Atualmente dentro do programa de mobilidade no Mercosul, o Brasil tem acordos com a Argentina e o Uruguai. As bolsas serão para cursos acreditados no Mercosul: agronomia, arquitetura, engenharia, enfermagem, medicina e odontologia.

Os ministros decidiram ainda ampliar a creditação de cursos nas áreas de ciências sociais, incluindo sociologia e economia. Será feita também a publicação de uma revista científica sobre humanidades, educação e ciências sociais. “Seria uma publicação trilíngue, em português, espanhol e inglês, para valorizar a produção da academia regional científica”, afirmou o ministro da Educação no Brasil, Aloizio Mercadante.

O vice-ministro da Educação do Uruguai, Luis Garibaldi, sugeriu a criação de um banco de recursos educativos digitais e audiovisuais, de livre acesso a todos os países do bloco. A oficina de trabalho com especialistas será realizada em março de 2013, em Montevidéu. A 43ª reunião do Mercosul teve a participação de representantes das centrais sindicais do Cone Sul.

Focem
Criado em 2004, o Focem entrou em operação em janeiro de 2007, com a aprovação dos primeiros projetos a serem financiados com recursos comunitários. Em quatro anos de funcionamento, a carteira destina US$ 1,1 bilhão a 40 projetos aprovados nas áreas de: habitação, transportes, incentivos à microempresa, biossegurança, capacitação tecnológica e aspectos sanitários.

Dentre os projetos já aprovados, três envolvem mais de uma nação: o Programa Mercosul Livre de Febre Aftosa (Pama), o Projeto Brasil-Paraguai de Construção da Linha de Transmissão Elétrica Itaipu-Villa Hayes e o projeto de Pesquisa em tecnologias voltadas para a Medicina, aprovado na Cúpula de Assunção em junho de 2011.

Seminário avaliará métodos e sistemas educacionais
O Mercosul realizará em fevereiro, em Buenos Aires, um seminário regional de avaliação da qualidade da educação no bloco, para debater três temas: os sistemas educacionais; a metodologia dos instrumentos internacionais; e a construção de indicadores regionais da qualidade da educação nos países da América do Sul.

Os ministros de Educação do Mercosul decidiram elaborar um documento com análise crítica dos indicadores internacionais de educação do Pisa (Program for International Student Assessment), que será encaminhado ao comitê executivo do Pisa. O exame é realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, o Pisa apresenta algumas distorções que acabam empurrando o Brasil para uma posição menos favorável no ranking internacional. “Se queremos comparar exames de diferentes países, isso é um desafio. É preciso o uso apropriado das técnicas estatísticas”, disse.

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