O comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos em 2020 teve o pior desempenho dos últimos 11 anos, segundo dados da Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) compilados no estudo “Monitor de Comércio Brasil-Estados Unidos”. As trocas comerciais foram de US$ 33,4 bilhões de janeiro a setembro deste ano, uma contração de 25,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os dados escancaram a falta de rumo na política externa brasileira. Bolsonaro demonstrou em várias ocasiões a sua submissão ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como, por exemplo, a pena de morte para traficantes e outras colocações extremistas, além da abertura do mercado a investidores americanos.
Um dos sinais mais recentes da subserviência a Trump foi dado no mês passado, no Fórum Econômico Mundial de Davos. “Temos muita riqueza na Amazônia e eu adoraria explorar essa riqueza com os Estados Unidos”, disse Bolsonaro.
“O ditado diz que você planta o que colhe. Pois o governo brasileiro plantou tanta submissão aos EUA que agora colhe o pior resultado comercial desde 2009. É a subserviência acima de tudo e os EUA acima de todos”, criticou o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Dando continuidade a uma política que destrói a indústria e fere a soberania nacional, o governo Bolsonaro aprovou, neste mês, uma cota de isenção tarifária para a importação de 187,5 milhões de litros de etanol dos Estados Unidos.
Por outro lado, os negócios com a China, segunda maior potência econômica mundial, aumentaram quase 6%. Criticados por Jair Bolsonaro, os chineses são o maior parceiro comercial brasileiro e os negócios entre os dois países giraram em torno de US$ 69,1 bilhões (cerca de R$ 380 bilhões), com saldo para o Brasil em alta – cerca de US$ 25,5 bilhões.
Com informações de agências de notícias