Ricardo Stuckert

Minha Casa, Minha Vida: papel fundamental na expansão do setor imobiliário
O Minha Casa Minha Vida (MCMV) impulsionou o mercado imobiliário em 2024, ano em que registrou o maior volume de vendas e valores negociados na série histórica do Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) desde o primeiro semestre de 2017. “O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida teve um papel muito importante na expansão do mercado em 2024”, atestou a CBIC em seu site.
O programa MCMV lançou 187,4 mil unidades, alta de 44,2%, e foram vendidas 168,8 mil, aumento de 43,3%. Outro dado positivo refere-se ao tempo para escoamento da oferta de imóveis do MCMV que passou de 9,4 meses para 7,2 meses.
De acordo com o levantamento da CBIC em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, foram lançadas no país 383,5 mil unidades, uma alta de 18,6% em relação a 2023 e as vendas avançaram 20,9%, o que significa 400,5 mil unidades, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (17) pela CBIC. A pesquisa foi feita com empresas de 221 cidades, incluindo as 27 capitais e principais regiões metropolitanas. As unidades vendidas somaram R$ 233 bilhões, alta de 20,7% em um ano.
Na última quinta-feira (13/2), no evento de entrega de unidades do MCMV em Belém (PA), o presidente Lula falou da emoção de entregar casa própria à população de baixa renda. “Eu sei o que é o sentimento de poder entrar numa casa própria, de ter um ninho para criar os filhos e viver em paz. Nosso governo foi eleito para cuidar do povo. E é isso que estamos fazendo”, reafirmou.
Desempenho robusto
Os resultados significativos refletem o esforço do setor em fomentar o mercado habitacional, segundo o presidente da CBIC, Renato Correia, “e atender à crescente demanda por moradias, especialmente àquelas de interesse social. São dados que reforçam o aquecimento da atividade”, destacou ele.
“O mercado imobiliário brasileiro fechou 2024 com um desempenho robusto”, publicou a CBIC sobre os resultados de sua pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais, com destaque para o MCMV, que isenta das prestações os beneficiários do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
No quarto trimestre, o MCMV foi responsável por 47% dos lançamentos e 44% das vendas totais. O levantamento considera apenas unidades de mercado, financiadas, e não inclui aquelas subsidiadas na Faixa 1 do programa.
Impacto positivo das ações do governo
O último trimestre de 2024 teve alta de 10,1% em relação ao mesmo período de 2023, com lançamento de 111.671 unidades residenciais nas cidades pesquisadas. As vendas totalizaram 104.194 unidades, “o que representou um aumento expressivo de 19,4% na comparação com o último trimestre de 2023”, informou a CBIC.
O diretor da Brain Inteligência Estratégica, Marcos Kahtalian, creditou ao conjunto de ações do governo federal o êxito dos números do setor imobiliário.
“Fechamos 2024 com a menor taxa de desemprego da PNAD Contínua desde 2012, encerrando o último trimestre com uma taxa de 6,2% e uma média anual de 6,6%. Com um mercado de trabalho forte e a mediana do trabalhador brasileiro em 40 anos, a demanda por moradia aumentou. Além disso, o programa Minha Casa, Minha Vida, com teto de financiamento de até R$ 350 mil, e a oferta de crédito imobiliário acessível contribuíram significativamente para esse resultado positivo”, assinalou.
Demanda forte e estabilidade
Segundo a CBIC, em 2024, o preço médio dos imóveis residenciais manteve a tendência de valorização. “Quem precisa comprar, quem quer comprar, a demanda é forte. Apesar desse tipo de cenário da taxa de juros ter mudado, quem compra imóvel pensa a longo prazo. É um projeto de vida, é um projeto de investimento de muito longo prazo”, disse o vice-presidente de Indústria Imobiliária da CBIC, Ely Werthein.
Para 2025, a CBIC projetou um cenário de estabilidade. “O nível de emprego e a melhora da renda podem trazer surpresas positivas. Para o segmento de médio e alto padrão, podemos estimar uma variação entre -5% e +5%. Já no Minha Casa, Minha Vida, a tendência é de estabilidade, uma vez que o orçamento do Fundo de Garantia para 2025 já está definido em R$ 130 bilhões, sem margem para expansão”, afirmou o economista e conselheiro da CBIC, Celso Petrucci.
Desempenho por região
O Sudeste seguiu como a região com maior volume de lançamentos e vendas nas 221 cidades pesquisadas em 2024, com 198.496 unidades lançadas, alta de 22,5%, e 205.477 unidades vendidas ao longo do ano, alta de 21,4%.
A região Sul teve 79.622 (+17,1%) unidades lançadas, e 84.477 (+17,99%) vendidas. O Nordeste também registrou aumento nos lançamentos, com 71.319 (16,45%), e nas vendas, com 73.413 (+19,89%) unidades.
Já o Centro-Oeste teve 24.751 (+8,38%) lançamentos e 26.002 (+27,7%) de vendas e o Norte registrou 9.295 (+0,09%) lançamentos e 11.178 (23,62%) unidades vendidas.
Considerando-se apenas o último trimestre de 2024, todas as regiões apontaram crescimento expressivo nas vendas. O Sudeste liderou com alta de 49,1%; seguido pelo Sul e Nordeste, com crescimento de 21,2%. Centro-Oeste teve salto de 23,3% e o Norte, 5,5%.