Habitação

Minha Casa, Minha Vida volta e prioriza quem ganha menos

Lula entrega primeiras casas, anuncia novidades do programa habitacional e se compromete a concluir obras
Minha Casa, Minha Vida volta e prioriza quem ganha menos

Governo Lula relança Minha Casa, Minha Vida na Bahia. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Minha Casa, Minha Vida (MCMV) voltou em grande estilo. Num evento em Santo Amaro (BA), nesta terça-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da entrega simultânea, em 9 municípios de 6 estados, de 2.745 imóveis. E anunciou, entre outras novidades, a retomada das obras de 5.562 moradias para a população de baixa renda, que tinha sido excluída do programa habitacional no governo anterior.

Em seu relançamento, o programa vai priorizar imóveis para famílias que ganham até R$ 2.640 brutos. Metade das unidades financiadas será para esse público, que vai contar com subsídio governamental entre 85% e 95%. O objetivo é entregar mais de 90 mil imóveis para essa clientela já no primeiro semestre. O cálculo leva em conta casas e apartamentos cujas obras já avançaram mais de 50%. Ao todo, são 186,7 mil imóveis, com obras paralisadas ou não, que terão prioridade para conclusão nos próximos meses. E, ao final de quatro anos, a meta chegar à contratação de 2 milhões de moradias, afirmou Lula.

Demandas atendidas
O MCMV passará a permitir a aquisição de imóvel urbano usado e a inclusão de famílias em situação de rua no programa, além de ampliar a chamada locação social. Também será reorientado para ganhar funcionalidade. A ideia é que as construções estejam próximas ao comércio e aos equipamentos públicos, e que contem com melhor infraestrutura. Parte dessas mudanças foi reivindicada ao governo pelos movimentos sociais.

O senador Humberto Costa (PT-PE) comemorou os anúncios: “o maior programa de habitação do país está de volta e com novidades. Possibilidade de aquisição de moradia urbana usada, retomada da Faixa 1 do programa, construção de 2 milhões de moradias até 2026. É o povo brasileiro voltando a ser prioridade”.

Outra novidade é a variedade de plantas. Serão até três tipos, inclusive de apartamentos menores para uma ou duas pessoas. E alguns desenhos poderão incluir varanda.

Os imóveis entregues nessa terça tiveram investimento de R$ 206,9 milhões e estão localizados na Bahia, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco e Goiás. São unidades cuja construção se iniciou em 2013, mas, mesmo praticamente prontas, acabaram abandonadas nos últimos anos. E outras 5.562 serão retomadas, anunciou Lula. Essas casas e apartamentos estão em Alagoas (609), Maranhão (3.705), Minas Gerais (240) e Pará (1.008).

Os anúncios já aqueceram o mercado da construção. Companhias do setor especializadas em empreendimentos para o público de menor renda tiveram alta em seus títulos na bolsa de valores nesta terça. É um sinal de confiança no programa sob o governo Lula. Nos últimos quatro anos, os recursos oficiais para a construção de moradias populares minguaram e esse público foi excluído do programa que substituiu o MCMV.

Nada menos que nove ministros e ministras estiveram, de forma presencial ou virtual, na solenidade. Alguns, com Lula no Recôncavo Baiano. Outros, nos demais estados em que houve a entrega simbólica das chaves dos imóveis. Além deles, parlamentares, a presidente da Caixa, Maria Rita Serrano, autoridades municipais e estaduais e, claro, representantes de movimentos que lutam por moradia popular.

Todos ouviram Lula homenagear Dona Canô, natural de Santo Amaro, mãe de Caetano e Bethânia, e anunciar a volta do programa que reduziu o déficit habitacional superior a cinco milhões de moradias, gerou empregos e impulsionou a economia do país.

“Depois de anos de desmonte, retomamos o programa para seguir transformando em realidade o sonho da casa própria para famílias do Brasil inteiro […] Eu vim entregar a chave de uma casa para uma mulher que quase não consegue segurar a chave na mão, de tanta emoção” – emocionou-se, também, o presidente. “Vim aqui para dizer ao povo brasileiro: a partir de hoje, vou visitar o país com meus ministros e fazer com que todas as obras paralisadas voltem a ser construídas. São 14.800 obras paradas e vamos tocar todas elas para gerar empregos, para que a economia volte a girar”.

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