Uma das linhas de investigação da CPI da Covid continua dando dor de cabeça para Jair Bolsonaro. O pedido de arquivamento do inquérito que investiga o atual presidente da República por prevaricação no caso da compra da vacina indiana Covaxin foi negado pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.
A investigação foi aberta para verificar se Bolsonaro não tomou as medidas necessárias ao ser avisado pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) de que haveria negociatas na compra das vacinas. O pedido de arquivamento foi feito pela Procuradoria Geral da República (PGR). O deputado revelou durante sessão da CPI da Covid que o então líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), também estaria envolvido na negociação fraudulenta.
A Precisa Medicamentos intermediava, junto ao Ministério da Saúde, a venda de 20 milhões de doses da vacina da fabricante Bharat Biotech, a um custo de R$ 1,61 bilhão aos cofres públicos, de acordo com matéria publicada no site do PT.
O valor foi o mais caro oferecido ao governo Bolsonaro, que demonstrou interesse apenas no imunizante indiano. Para fechar o negócio, a empresa, apresentou um contrato fraudulento à pasta. O contrato acabou cancelado após o escândalo ser revelado pela CPI.
Na época, durante sessão da CPI da Covid, o senador Humberto Costa (PT-PE) questionou o diretor da Precisa, Francisco Maximiano, se a empresa ainda pretende retomar relações comerciais com a Bharat Biotech.
“A Precisa é uma empresa muito importante e que tinha um desejo gigantesco de ter esse contrato”, disse o senador, reiterando que a Precisa pressionou a Saúde para fechar negócio por meio de contato com Roberto Dias, ex-diretor de Logística da Saúde. “Para conseguir esse contrato, a Precisa falsificou pelo menos quatro documentos importantes”, apontou.